2007-01-03 18:00:39

SÃO BENEDITO: VENEZUELA ABRE ANO JUBILAR PELO BICENTENÁRIO DE CANONIZAÇÃO


Caracas, 02 jan (RV) - O Arcebispo de Mérida, Venezuela, Dom Baltazar Enrique Porras Cardozo, virá à Itália, em 2007, para inaugurar as festividades programadas pelo bicentenário da canonização de São Benedito, o mouro, o santo negro, filho de escravos, nascido em Palermo, Sicília.

Dom Baltazar chegará a Palermo no dia 16 de abril, acompanhado por um grupo de peregrinos. Um porta-voz da Arquidiocese disse. "Fazemos o anúncio agora, porque hoje começa o ano do bicentenário da canonização e porque São Benedito é um dos santos com mais devotos na região noroeste da Venezuela."

No dia 24 de maio de 1807, Pio VII canonizou Benedito de Palermo. Meio século antes, no dia 15 de maio de 1743, Bento XIV o havia beatificado.

São Benedito nasceu na Sicília, Itália, em 1526. Seus pais eram descendentes de escravos vindos da Etiópia, e mais tarde libertos por seus senhores, tomando o sobrenome dos mesmos.

Sua família era pobre e o "Mouro" _ como era chamado _ foi pastor de ovelhas e lavrador. Aos 18 anos, decidiu consagrar-se ao Senhor, mas somente aos 21, foi chamado por um monge, para viver entre os irmãos eremitas de São Francisco de Assis.

Professou os votos de pobreza, obediência e castidade. Andava descalço, dormia no chão sem cobertas e fazia muitos outros sacrifícios. Muitas pessoas o procuravam, pedindo conselhos e orações, e alcançavam muitas curas.

Depois de 17 anos, foi obrigado a se mudar para o Convento dos Capuchinhos, onde foi escalado como cozinheiro, permanecendo nesse humilde serviço até que foi eleito pelos seus irmãos de comunidade como superior do Mosteiro.

Era leigo e analfabeto, mas foi eleito por sua santidade, prudência e sabedoria. Considerado iluminado pelo Espírito Santo, profetizou muitas vezes com incrível acerto. Tendo concluído seu período como superior, retornou, com humildade e naturalidade, para a cozinha do convento, reassumindo com alegria, as modestas funções que antes desempenhara.

Sempre que podia, São Benedito apanhava alguns alimentos do convento, colocava-os nas dobras do burel e, disfarçadamente, os levava aos necessitados. Conta-se que numa dessas ocasiões, o santo foi surpreendido pelo superior do convento, que perguntou: "Que levas aí, na dobra do teu manto, irmão Benedito?". E o santo respondeu: "Rosas, meu senhor !". São Benedito desdobrou o burel franciscano e, em lugar dos alimentos suspeitados, apresentou aos olhos pasmos do superior uma braçada de rosas.

Amado de norte a sul, no Brasil, onde o chamam "O santinho preto", São Benedito morreu em 4 de abril de 1589, aos 63 anos de idade, em Palermo, Itália. O culto de São Benedito, um dos mais populares de nosso país, é associado aos padecimentos do negro brasileiro.

São Benedito foi apresentado por missionários aos escravos negros, na América Latina, como modelo de santidade.

Num artigo publicado pela imprensa de Mérida, Dom Baltazar disse que "na Venezuela a devoção a São Benedito está ligada, nas suas origens, à população negra das plantações em torno do lago de Maracaibo, e seu culto faz parte do calendário de numerosas localidades". (JK)







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