2006-12-28 14:42:48

Matar Saddam Hussein seria punir um crime com outro crime, afirmou em entrevista a um diário italiano o Cardeal Renato Martino


(28/12/2006) Matar Saddam Hussein seria punir um crime com outro crime, assim afirma o Cardeal Renato Raffaele Martino, presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz , pois a pena de morte não é uma morte natural. “Ninguém pode matar, nem mesmo o Estado", afirmou, em entrevista ao diário italiano "La Reppublica".
O cardeal Martino declarou que a Igreja proclama que a vida humana deve ser protegida desde a concepção até à morte natural, por isso matar o ex-presidente iraquiano Saddam Hussein seria “punir um crime com um outro crime”, manifestando ainda que “uma religião que pretende a violência, não é uma religião, mas sim fundamentalismo".
O Presidente do Conselho pontifício Justiça e Paz acredita que a situação pode ainda reverter-se, uma vez que há um prazo de 30 dias e “é necessária a assinatura do Presidente. Tenho esperança de que algo impeça" uma execução "pela mão do Estado".
Na entrevista, o Cardeal Renato Martino desejou também que sejam conseguidas "negociações globais para pacificar o conjunto do Médio Oriente - a Terra Santa, o Iraque e o Líbano".
Aquando da condenação à morte do ex-presidente iraquiano, o Cardeal Martino já havia lamentado a decisão lembrando que “cada vida é sagrada e um crime não pode ser punido com outro crime”, havendo inclusive outros meios para “tornar inofensivos aqueles que cometeram qualquer tipo de crime”, referiu na altura.
Recorde-se que o tribunal de recurso do Alto Tribunal Penal iraquiano confirmou terça-feira, dia 26, a condenação à morte por enforcamento do ex-presidente Saddam Hussein pela execução de 148 aldeões xiitas de Dujail, na década de 1980.
Nesta quinta feira foi publicada a decisão do Tribunal de Recurso, podendo assim a pena ser executada a qualquer momento.








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