Encontro europeu animado pela comunidade de Taizè: dar uma resposta concreta e cristã ás aspirações de paz e a uma humanidade livre da violência

(28/12/2006) A cidade de Zagreb acolhe, a partir desta quinta feira, e até ao próximo dia 1 de Janeiro de 2007 o 27º Encontro Europeu de Jovens promovido pela Comunidade de Taizé
40.000 jovens de toda a Europa e representantes de outros continentes são esperados na capital croata. Um dos momentos mais simbólicos acontece na noite de passagem de ano, quando os participantes, nas paróquias, promovem uma vigília de oração pela paz “em comunhão com os povos que sofrem”, seguida de uma “Festa dos povos”.
À chegada cada um recebe, na sua língua, uma carta do irmão Alois, Prior de Taizé. Nesse texto, intitulado “Carta de Calcutá” (que se segue a um encontro de Taizé nesta cidade indiana, teve lugar em Outubro de 2006), o sucessor do irmão Roger escreve: “Os imensos problemas das nossas sociedades podem alimentar o derrotismo. Quando escolhemos amar, descobrimos um espaço de liberdade para criar um futuro para nós mesmos e para aqueles que nos são confiados”.
Na carta do Ir. Alois, Prior da Comunidade de Taizé, destaca-se a necessidade de dar uma resposta concreta e cristã aos que “aspiram hoje a um futuro de paz, a uma humanidade livre das sombras da violência”.
Aos jovens é lançado o desafio de fazer espalhar “por toda a Terra” uma “parábola de partilhas”, com o objectivo de “criar comunhão na família humana.”
Há 29 anos que a Comunidade de Taizé prepara anualmente um encontro europeu de jovens numa grande cidade do Continente. Esses encontros fazem parte de uma “peregrinação de confiança na terra” iniciada pela comunidade nos anos 70. Pela primeira vez, a “peregrinação de confiança” faz etapa nos Balcãs.
O Encontro é considerado pelos líderes cristãos como uma oportunidade de diálogo entre religiões, para a promoção da paz. Na mensagem que enviou à Comunidade de Taizé, Bento XVI deseja aos jovens que se tornem “cada vez mais conscientes da importância da fraternidade entre os homens e da necessária abertura a todas as pessoas que vos rodeiam”.
Lembrando que a Croácia sofreu com os diversos conflitos, no passado, o Papa assinala que “ vós sois um sinal eloquente de esperança e mostrais que vós, os jovens, quereis uma nova humanidade, fundada no reconhecimento de todas as pessoas, independentemente da sua nacionalidade e da sua religião”.
O Patriarca Ortodoxo de Moscovo, Alexis II, assinala por seu lado que “nós, cristãos, estamos convictos disso: o nosso caminho terrestre não leva ao nada, mas a uma vida nova e eterna”. “Que este Encontro fortifique em vós a determinação de fazer do vosso caminho uma verdadeira peregrinação e vos ajude a encontrar bons companheiros de estrada e a pressentir que Deus está connosco e nos ajuda”, deseja.
Já o Primaz da Comunhão Anglicana, Rowan Williams, afirma que “temos tanta necessidade de confiança como de ar fresco. Ao nosso mundo falta cada vez mais alento e ar por causa da suspeição, da dúvida e do desespero”.
Kofi Annan, o ainda secretário-geral das Nações Unidas, refere que “a presença, ano após ano, de milhares de jovens do mundo inteiro nestes Encontros europeus exprime bem a força da mensagem de reconciliação e de paz transmitida pela comunidade de Taizé”.