Natal em Belém marcado pela tensão, violência e o êxodo constante dos cristãos
(27/12/2006) A celebração do Natal em Belém, voltou este ano a ser marcada pela
tensão, a violência e o êxodo constante dos cristãos. O Patriarca Latino de Jerusalém,
Arcebispo Michle Sabbah, considera a situação alarmante e condenou, na sua homilia
de Natal em Belém, os recentes confrontos entre palestinianos, apelando também ao
fim do conflito israelo-palestiniano. "O Natal chega este ano em circunstâncias
difíceis, agravadas pelas divergências internas" dos palestinianos, disse D. Michel
Sabbah. "A luta fratricida é uma via para mais mortes e um novo esclavagismo que
nos impomos”, lamentou este responsável, frisando que “tomar posição contra o meu
irmão é tomar posição contra Deus, criador do meu irmão e meu criador”. “Estas
lutas fratricidas representam um perigo suplementar para todos os palestinianos e
para os cristãos do Oriente ", disse. Assinalando que “o conflito no Médio Oriente
já durou demais", D. Sabbah pediu a todos os líderes políticos e adversários militares,
incluindo os que são considerados extremistas e terroristas, que "examinem as suas
consciências a fim de entrarem num novo caminho que ponha fim ao derramamento de sangue,
à morte e, nestes dias, às novas lutas internas". O Patriarca de Jerusalém lamentou
ainda a diminuição da população cristã na Terra Santa, que atribuiu, sobretudo, ao
conflito israelo-palestiniano. "Ajudar os dois povos a iniciar uma nova era de
paz justiça e reconciliação assegurará o futuro dos cristãos nesta terra", disse.
Neste momento são 120 mil, os cristãos que fazem parte da comunidade de cidadãos
árabes de Israel. Os números foram divulgados pelo diário israelita Haaretz tendo
em conta os dados do Instituto Estatístico. A comunidade cristã de Israel abrange
mais de 30 igrejas, cujas autoridades residem em Jerusalém, incluindo a ortodoxa russa.
A maioria dos cristãos (98 por cento) reside em grandes centros urbanos, 60 por cento
reside na Galileia, no Norte de Israel, e 15 por cento na cidade de Haifa. Actualmente
2,1 por cento da população é cristã.