(23/12/2006) Tradições diferentes manifestam a forma como no mundo se vive o Natal.
Em países em que cada vez mais as culturas se fundem, alguns hábitos vão persistindo,
vivendo lado a lado com diferentes credos. Na Áustria o chefe da família tem por
hábito ler uma passagem do Evangelho que relata o nascimento de Cristo. A ceia é preparada
com pratos de peixe. As portas das casa na Finlândia não se fecham na noite da ceia
de Natal, para que quem passa na rua possa entrar e sentar-se à mesa. Na Grécia não
existe a tradicional árvore de Natal, opta-se antes por enfeitar as casas com ramos
de oliveira. Na Índia, os cristãos decoram pés de mangas e bananeiras para assinalar
as comemorações natalícias. No interior das casas, as folhas de manga fazem também
parte da decoração, assim como lâmpadas de argila, acesas com óleo. Nas ruas da Coreia
e da China pode ver-se desfilar o Pai Natal, mas castigam e proíbem a presença de
Meninos Jesus. Na França, a Provença resiste à passagem do tempo e a Missa do galo
congrega as famílias, para depois saírem em procissão. Na Suécia, celebra-se o nascimento
de Cristo na manhã de 25. Na noite de Natal, cabe à filha mais velha da família, vestida
de branco, com uma faixa vermelha na cintura e uma grinalda de folhas verdes e sete
velas acesas, levar a cada membro da família um café com bolos.
Denominador
comum em tantos locais é a festividade familiar cheia de doces e a troca de presentes.
Também outras religiões evocam a celebração do natal. Os protestantes utilizam
na coroa do Advento, as quatro velas que a cada domingo acendem, marcando o ritmo
da espera. Na Escandinávia, as igrejas enchem-se no primeiro domingo do Advento. Alguns
dias depois, a 13 de Dezembro, na festa de Santa Luzia (mártir cristã do fim do século
III ou início do século IV), as raparigas vestem-se de branco e levam uma coroa com
quatro velas acesas. São Nicolau é muito festejado no Norte da Europa a 6 de Dezembro,
em alguns casos com a troca de presentes a ser feita nesse dia. E o presépio, apesar
de menos usado, marca também presença. Em vez da Missa do Galo há um culto especial
no dia de Natal após o qual, em muitos casos, se abrem os presentes. Na véspera, a
consoada é festa de família.
Na tradição ortodoxa, esta quadra é apenas festejada
entre os dias 6 e 7 de Janeiro. Isto porque os ortodoxos russos continuam a seguir
o calendário juliano (criado por Júlio César em 46 a. C.) e não o gregoriano. Uma
realidade que se vai tornando próxima em Portugal dadas as diferentes culturas. Para
os ortodoxos, o Natal não é uma festa com a importância que ganhou no mundo católico,
tendo maior relevância a Páscoa. O Advento é, no mundo ortodoxo, um tempo de purificação,
semelhança à Quaresma para os cristãos, o período de 40 dias que antecede a Páscoa.
Por isso, as quatro semanas que antecedem o Natal são também um tempo de jejum à carne
e ao peixe. A festa do nascimento de Jesus é aqui encarada principalmente como uma
antecipação da Páscoa.