MARROCOS: SINDICATO DE JORNALISTAS CONDENA SUSPENSÃO DE SEMANÁRIO QUE PUBLICOU PIADAS
SOBRE MUÇULMANOS
Rabat, 23 dez (RV) - O Sindicato Nacional de Imprensa de Marrocos (SNPM),
condenou ontem, a suspensão do semanário árabe "Nichan", decidida pelas autoridades
governamentais, por ter publicado piadas sobre a religião islâmica. No comunicado,
o sindicato também pede que os jornalistas respeitem as crenças e a fé do povo.
O
Sindicato de Imprensa condenou a medida, afirmando que "a lei não permite ao primeiro-ministro,
suspender o jornal, como fora anunciado oficialmente".
O primeiro-ministro
marroquino, Dris Yetú, havia suspenso o semanário na última quarta-feira, até que
o tribunal se pronuncie sobre o caso. O diretor do semanário e um jornalista serão
julgados pelo Tribunal de Primeira Instância, em Casablanca, no dia 8 de janeiro,
sob a acusação de "atentar contra a religião islâmica".
No comunicado, o sindicato
pediu proteção para os jornalistas do "Nichan", ao mesmo tempo em que apela para que
não ocorram "exageros em relação ao assunto, já que os responsáveis pela publicação
pediram desculpas aos leitores". No mesmo comunicado, o sindicato considera que "é
necessário defender a liberdade de opinião e de pensamento, no respeito das crenças
do povo".
O Conselho Superior dos Ulemás do Marrocos qualificou de "justa"
a decisão do primeiro-ministro de suspender a publicação. Num comunicado, o conselho
considera que "aquilo que foi publicado é um atentado contra os valores sagrados da
sociedade e os símbolos da nação".
A publicação das piadas, consideradas ofensivas
ao Islã, suscitaram críticas por parte de países árabes e por diversos meios de comunicação
de Marrocos. (JK)