AUDIÊNCIA GERAL: PAPA DESTACA QUE SÓ EM JESUS ESTÁ A VERDADEIRA ALEGRIA PARA O HOMEM
TENTADO PELAS ILUSÕES
Cidade do Vaticano, 20 dez (RV) - Acolher o nascimento de Jesus com uma atitude
marcada pela alegria e pela gratidão, e não condicionada pela salvação "a baixo custo",
proposta pelos "falsos profetas".
Esse foi um dos trechos fortes da catequese
de Bento XVI, na Audiência Geral desta manhã, na Sala Paulo VI. O papa advertiu ainda,
os fiéis a não viverem a última fase do Advento preocupando-se somente com as decorações
de Natal, mas sim a embelezar o ânimo, no signo da fé.
A verdadeira felicidade
para os homens chega com a mensagem de amor trazida dois mil anos atrás, por uma Criança,
numa noite de Belém. Todas as outras são "atalhos" rumo à ilusão e à desilusão, alegrias
artificiais propostas pelos "falsos profetas".
Bento XVI reafirmou com veemência,
a essência da mensagem do Natal. "Este sublime mistério de graça e de misericórdia"
_ afirmou o papa diante dos fiéis e peregrinos reunidos na Sala Paulo VI, no Vaticano
_ renovou, no coração de quem acredita, "sentimentos de alegria e de gratidão".
A
humanidade do nosso tempo, ao invés, não parece esperar o Salvador. "Tem-se a sensação
_ observou o Santo Padre _ de que muitos consideram Deus como alheio aos próprios
interesses."
"Aparentemente, não precisam d'Ele. Vivem como se Ele não existisse
e, o que é pior, como se Ele fosse um "obstáculo" que deve ser removido, para que
se possa alcançar a própria realização. Mesmo entre os fiéis, alguns se deixam atrair
por alegres quimeras, e se distrair por doutrinas desviantes, que propõem atalhos
ilusórios, para obter a felicidade (...) Falsos profetas continuam propondo uma salvação
a "baixo custo", que acaba gerando grandes desilusões."
"No entanto, mesmo
com suas contradições, suas angústias e seus dramas, ou talvez justamente por isso,
a humanidade hoje _ foi a consideração de Bento XVI _ procura um Salvador e espera,
por vezes inconscientemente, o advento de Cristo, o único verdadeiro Redentor do homem
e do homem todo."
"É tarefa que cabe a nós, cristãos, difundir, com o testemunho
da vida, a verdade do Natal que Cristo traz a todo homem e mulher de boa vontade.
Nascendo na pobreza do presépio, Jesus vem oferecer a todos, aquela alegria e aquela
paz que podem satisfazer a expectativa do espírito humano."
Mas de que modo
os cristãos devem preparar-se para não perder o sentido do "prodígio" do Natal? Mantendo
uma atitude de "expectativa vigilante e orante": a mesma atitude que foi de Zacarias
e de Isabel, dos pastores e dos reis magos, de Maria e José.
"A liturgia do
Advento também nos exorta a sermos sóbrios e vigilantes, para não nos deixarmos abater
pelo peso do pecado e das excessivas preocupações do mundo (...) Nascendo entre nós,
que Jesus Menino não nos encontre distraídos ou ocupados simplesmente em enfeitar
nossas casas com as luminárias. Preparemos, sobretudo, em nosso espírito e em nossas
famílias, uma digna morada, onde Ele se sinta acolhido com fé e amor (...) Com esses
sentimentos, desejo formular os mais fervorosos votos de um feliz e santo Natal a
todos vocês, aqui presentes, e a seus familiares, recordando em particular aqueles
que se encontram em dificuldades ou sofrem no corpo e no espírito. Bom Natal!"
Ao
término da catequese, o pontífice saudou os diversos grupos de fiéis e peregrinos
presentes, falando-lhes em suas respectivas línguas. Eis o que disse aos de língua
portuguesa: "Amados irmãos e irmãs, saúdo com particular afeto, os visitantes
e ouvintes de língua portuguesa. Faço votos por que esta vossa visita a Roma vos encoraje
a participar ativamente da vida da Igreja, e vos convido a acolher, no próximo Natal,
o Filho de Deus feito homem, que se fez pobre para que nos tornássemos ricos, por
Sua pobreza. Que o Senhor abençoe vossas famílias e comunidades e, de modo especial,
os que sofrem no corpo e no espírito. Feliz Natal e um Ano Novo repleto de alegrias!" (RL)