ARCEBISPO E MISSIONÁRIOS CLARETIANOS AGREDIDOS POR FUNDAMENTALISTAS EM BANGALORE
Bangalore, 19 dez (RV) – A arcebispo de Bangalore, no estado indiano de Karnataka,
Dom Bernard Blasius Moras, e alguns missionários claretianos daquela cidade foram
agredidos por uma multidão de fundamentalistas hinduístas, ontem de manhã. Na noite
anterior, os mesmos fundamentalistas haviam atacado a igreja e o colégio dos missionários.
Tudo
começou na tarde de 17 de dezembro, quando um grupo de pais de alunos denunciou o
diretor do colégio, dirigido pelos claretianos, por "comportamento incorreto" com
os alunos. Mais tarde, durante a noite, uma multidão de ativistas do "Sangh Parivar"
_ o cartel que reúne as correntes do extremismo hinduísta _ atacaram a Igreja de São
Tomé e o colégio dirigido pelos missionários, praticando atos de vandalismo. Quando
os padres saíram para ver o que estava acontecendo, foram agredidos.
Quando
os claretianos foram à delegacia de polícia para denunciar o ocorrido, ficaram surpresos
ao ver ali uma denúncia contra eles. Os missionários informaram, então, o fato ao
arcebispo, Dom Moras, que, ontem de manhã, compareceu ao lugar do incidente. Quando
o arcebispo chegou, um grupo de fundamentalistas tomou de assalto seu carro, quebrando
as janelas do veículo, mas sem feri-lo. "Quando cheguei ao portão da escola _ escreve
Dom Moras no site da Conferência Episcopal Indiana (CBCI) _ os fundamentalistas atacaram
meu carro; tentaram me bater, mas não me feriram."
Com o arcebispo, estava
também seu secretário, Pe. Anthony Samy, que acrescentou: "A polícia estava ali, à
nossa frente, e permaneceu em silêncio, observando tudo; havia um número suficiente
de agentes para intervir ou pelo menos para nos advertir que não fôssemos até o portão
da escola."
Esse ataque foi duramente condenado pelo secretário-geral do Episcopado,
Dom Stanislaus Fernandes, pelo arcebispo de Mumbai (ex-Bombaim), Dom Oswald Gracias,
e pelo arcebispo de Nova Délhi, Dom Vincent Concessao. Os três pediram ao governo
de Karnataka que garanta a devida segurança e proteção a seus cidadãos, especialmente
as minorias. (MZ)