PAPA RECORDA NO ANGELUS, AQUELES QUE SOFREM EM VIRTUDE DAS GUERRAS
Cidade do Vaticano, 17 dez (RV) - Bento XVI lembrou hoje _ terceiro domingo
do Advento _ as pessoas que vivem o "drama da guerra" no Oriente Médio, em algumas
áreas da África e em outras partes do mundo, e questionou a "alegria que podem viver"
por ocasião do Natal que se aproxima. O Santo Padre lançou um apelo em favor dos refugiados
iraquianos na Síria, e pediu renovados esforços, para que possam ser satisfeitas suas
necessidades mais urgentes.
"O meu pensamento se volta, hoje, às centenas de
milhares de iraquianos na Síria, obrigados a deixar o próprio país, em virtude da
dramática situação que ali se vive" _ disse o papa, concluindo o encontro com os fiéis,
na Praça São Pedro, para a habitual oração mariana do Angelus, que o pontífice reza,
da janela de seus aposentos.
Em favor desses refugiados, a Caritas da Síria
já está atuando _ acrescentou o papa, insistindo, todavia, junto à "sensibilidade
privada, às organizações internacionais e aos governos" para que se façam renovados
"esforços para fazer frente às necessidades mais urgentes" dessas pessoas. Elevo ao
Senhor _ disse o Santo Padre _ a minha oração, para que dê conforto a esses irmãos
e irmãs, e faça nascer a generosidade nos corações de tantos.
Dados das Nações
Unidas indicam que, desde que as tropas multinacionais invadiram o país, em março
de 2003, cerca de 1 milhão e 660 mil pessoas fugiram do Iraque e se encontram em outros
países da região, principalmente na Jordânia, na Síria e no Irã.
Na alocução
que antecedeu a oração mariana do Angelus, o papa sublinhou que, neste terceiro domingo
do tempo do Advento, a liturgia nos convida à "alegria do espírito", que não "está
reservada" apenas aos cristãos, mas é "um anúncio profético destinado a toda a humanidade
_ ressaltou _ de modo particular aos mais pobres, neste caso, aos mais pobres de alegria".
"Pensemos
_ convidou Bento XVI _ nos nossos irmãos e irmãs que, de modo particular no Oriente
Médio, em algumas áreas da África0 e em outras parte do mundo, vivem o drama da guerra:
que alegria podem experimentar neste período? Pensemos também nos tantos doentes e
pessoas sós, que, além de serem provadas fisicamente, o são também na alma, porque,
freqüentemente, se sentem abandonadas... Como compartilhar com eles a alegria, sem
faltar com o devido respeito ao seu sofrimento?"
O papa também se referiu aos
que "perderam o sentido da verdadeira alegria", especialmente os jovens, e o buscam,
"em vão, onde não podem encontrá-lo": no consumismo, nas "falsas diversões", "nos
paraísos artificiais da droga e em todas as formas de alienação".
Bento XVI
ressaltou que é "precisamente" aos "feridos pela vida e aos órfãos de alegria" que
se dirige, "de maneira privilegiada a palavra do Senhor".
O convite à alegria
"não é uma mensagem alienadora, nem um paliativo estéril, mas sim a profecia da salvação,
um chamado a um resgate que parte da renovação interior" _ acrescentou o pontífice.
Ao
término da oração mariana do Angelus, neste tempo litúrgico que antecede o Natal _
um tempo repleto de significado e de apelos à nossa conversão interior _ o papa concedeu
a todos a sua bênção apostólica. (AF)