Colaboração judio-cristã preconizada por Bento XVI, a bem da paz e da promoção dos valores espirituais e morais

(18/12/2006) Judeus e cristãos estão chamados a colaborar na promoção dos valores morais e espirituais radicados nas suas convicções de fé” – recordou Bento XVI, ao receber nesta segunda, no Vaticano, uma pequena delegação da “B’nai B’rit International”, uma associação fraterna judia, fundada em 1843 nos Estados Unidos da América, com o objectivo de manter as tradições e a cultura hebraica e de combater o anti-semitismo.
Evocando o espírito de compreensão, respeito e apreço recíproco que se foi desenvolvendo ao longo dos últimos quarenta anos, na sequência do novo clima de relações suscitado pela Declaração “Nostra Aetate”, do Concílio Vaticano II, o Papa aludiu ao “património espiritual comum” a judeus e cristãos:
“É esta rica herança de fé que permite às nossas comunidades não só entrar em diálogo, mas também colaborar a bem da família humana. O nosso conturbado mundo precisa do testemunho de pessoas de boa vontade inspiradas pela verdade revelada na primeira página das Escrituras, de que todos os homens e mulheres foram criados à imagem e semelhança de Deus, possuindo portanto uma inalienável dignidade e valor”.
Referindo-se finalmente à Terra Santa tão carecida de paz, o Papa advertiu que "só poderá haver paz se esta for uma preocupação comum de Judeus, Cristãos e Muçulmanos, expressa num jenuíno diálogo inter-religioso e em gestos concretos de reconciliação". "Todos os crentes são chamados a mostrar que o que abre a porta ao futuro de paz e de justiça prometido e oferecido por Deus não é o ódio e a violência, mas sim a compreensão e a cooperação pacífica”.