ANISTIA INTERNACIONAL: COM A MORTE DE PINOCHET NÃO ACABA A HISTÓRIA
Londres, 15 dez (RV) – A Anistia Internacional pediu, nesta quinta-feira, 14
de dezembro, às autoridades chilenas, que a recente morte de Augusto Pinochet não
seja utilizada como desculpa para atrasar, ainda mais, os processos legais que continuam
em andamento contra outros acusados de tortura, "desaparecimentos" e homicídios, durante
seu regime.
Entre os acusados de graves violações dos direitos humanos, a Anistia
Internacional publicou os nomes de 20 oficiais de alta patente, do exército chileno,
cujos julgamentos ainda não realizaram, mesmo passados 20 anos.
"Augusto Pinochet
foi o cérebro dos abusos contra os direitos humanos perpetrados no Chile, mas há sólidos
indícios de que esses vinte homens estiveram diretamente implicados em crimes como
o "desaparecimento", a tortura ou o homicídio de milhares de pessoas no Chile, e no
contexto de operações militares em toda a América Latina", disse Virginia Shoppee,
investigadora da Anistia Internacional, para o Chile.
"O sistema judicial chileno
não castigou Pinochet pelas graves violações dos direitos humanos perpetradas durante
seu regime. Agora há uma segunda oportunidade de fazer justiça às vítimas."
A
Anistia Internacional exige que todos os obstáculos à Justiça, especialmente a Lei
de Anistia (decreto-lei 2.191), promulgada durante o regime de Augusto Pinochet, sejam
anulados.
"Esses crimes não podem ficar sem castigo, nem amparados pela aplicação
da Lei de Anistia, que os tribunais utilizaram com demasiada benevolência e freqüência"
_ disse Virginia Shoppee. (MZ)