2006-12-14 15:18:54

Memorável encontro entre a Igreja de Roma e a da Grécia: visita ao Papa do Arcebispo de Atenas, Christodoulos


“Católicos e ortodoxos estão chamados a oferecer (à criação de uma nova Europa) uma contribuição cultural e sobretudo espiritual”, defendendo “as raízes cristãs do Continente que modelaram através dos séculos”: sublinhou Bento XVI, no discurso dirigido ao Arcebispo de Atenas e de toda a Grécia, Christodoulos, e à sua delegação de Bispos que o acompanham nesta primeira visita oficial à Igreja de Roma. Há que incrementar a colaboração entre os cristãos, nos diversos países europeus, para fazer face aos novos riscos com os quais se confronta a fé cristã e a legislações que põem em causa instituições tão fundamentais como o matrimónio.
Referindo um dado histórico e cultural que lhe está muito a peito, Bento XVI pôs em destaque o fecundo diálogo e convergência entre Roma e a Grécia, numa “osmose” que não conduziu à uniformização mas sim a uma rica diversidade:
“A Grécia e Roma desde a aurora do cristianismo intensificaram as suas relações, depois prosseguidas, dando origem a diferentes formas de comunidades e tradições cristãs nas regiões do mundo que hoje em dia correspondem à Europa de Leste e à Europa ocidental. Estas intensas relações contribuíram igualmente para criar uma espécie de osmose na formação das instituições eclesiais. Esta osmose – na salvaguarda das particularidades disciplinares, litúrgicas, teológicas e espirituais das duas tradições romana e grega – tornou frutuosa a acção evangelizadora da Igreja e a inculturação da fé cristã”.
Agora, lenta mas profundamente, e com uma preocupação de autenticidade, vão-se retomando estas relações (entre Roma e a Grécia). O Papa referiu com apreço diversas formas de colaboração já verificadas depois da memorável visita de João Paulo II a Atenas, em 2001.
Para o futuro abre-se um vasto campo onde se poderá desenvolver a colaboração cultural e pastoral entre a Igreja da Grécia e a Igreja de Roma. Nomeadamente na defesa das raízes cristãs da Europa, para “permitir que a tradição cristã continue a manifestar-se e a actuar com todas as suas forças a favor da salvaguarda da dignidade da pessoa humana, do respeito das minorias, evitando uma uniformização cultural que correria o risco de resultar na perda de imensas riquezas da civilização”. Há também que “trabalhar na salvaguarda dos direitos do homem, incluindo o princípio da liberdade individual, em particular a liberdade religiosa”. Direitos “a promover e a defender na União europeia e em cada um dos países membros.
“Há que incrementar a colaboração entre os cristãos, em cada um dos países da União Europeia, para fazer face aos novos riscos com que se confronta a fé cristã: crescente secularização, relativismo e nihilismo, abrindo o caminho a comportamentos e mesmo a legislações que lesam a dignidade inalienável das pessoas e põem em causa instituições tão fundamentais como o matrimónio.”








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