VATICANO: TÚMULO SOB ALTAR DA BASÍLICA É MESMO DE SÃO PAULO
Cidade do Vaticano, 12 dez (RV) - O Vaticano anunciou, esta manhã, a descoberta
do sarcófago de São Paulo, encontrado após três anos de escavações, sob o altar-mor
da basílica romana dedicada ao apóstolo.
O anúncio foi feito numa coletiva
da imprensa convocada pela Santa Sé, com a presença de jornalistas de todo o mundo.
A
descoberta tem grande valor arqueológico, já que a basílica foi erigida no local onde
se imaginava tivesse sido sepultado Paulo, ainda que não houvesse nenhuma certeza
disso. Hoje, o arcipreste da Basílica de São Paulo "fora dos muros", Cardeal Andrea
Lanza Cordero de Montezemolo, esclareceu: "Não há nenhuma dúvida de que o sarcófago
encontrado no subsolo da basílica de São Paulo é do apóstolo."
Os arqueólogos
começaram a escavar em 2002, e somente no mês passado, o sarcófago veio à luz, do
terreno onde jazia desde o ano 390. Na laje sobre o sepulcro, lê-se "Paulo Apostolo
Mart" (Paulo, apóstolo e mártir), e nota-se o chamado "agulheiro", orifício que se
realizava para colocar em contato a relíquia com o altar, e para que os peregrinos
introduzissem pedaços de pano com os quais "tocar" os restos.
Assim que os
peritos terminarem o exame da relíquia, o sarcófago será exposto à visitação dos peregrinos,
no altar da basílica. Ainda não foi decidido se os restos do apóstolo serão analisados
e, segundo o cardeal, somente o papa pode tomar a decisão de abrir o sarcófago.
A
Basílica de São Paulo fora dos Muros" mede 131,66 m de comprimento, 65 m de largura
e 29,70 m de altura. É imponente e representa, por sua grandeza, a segunda dentre
as quatro basílicas patriarcais de Roma.
A partir de agora, as quatro basílicas
patriarcais mudarão de nome e passarão a se chamar, por desejo expresso de Bento XVI,
"basílicas papais". A informação foi divulgada esta manhã, no curso da coletiva de
imprensa, pelo Cardeal Andrea Lanza Cordero de Montezemolo.
O cardeal explicou
o motivo: o título "patriarcal" criava equívocos, pois se podia pensar que se referisse
ao patriarca do Ocidente, enquanto na verdade, se chamavam "patriarcais" porque serviam
de base para os patriarcas orientais católicos quando vinham a Roma.
Todas
as quatro basílicas têm um altar chamado "papal", pois consagrado pelos papas e reservado
ao papa: somente ele pode celebrar, com o arcipreste, ou alguém expressamente delegado
pelo papa. (CM)