Bispos preocupados com o alastrar da violência em Moçambique
(12/12/2006) Os bispos católicos de Moçambique alertaram para o “clima de violência”
que está a alastrar pelo país, “desde as cidades até às áreas mais remotas”. Numa
declaração apresentada durante uma assembleia plenária realizada em Novembro, a Conferência
Episcopal de Moçambique alertou para o aumento da violência, causada pelo "banditismo,
ataques de bandos armados, roubos à luz do dia e actos de retaliação". Os bispos
moçambicanos analisaram a situação social e económica do país e denunciaram a elevada
taxa de desemprego que se verifica em Moçambique e que, na sua opinião, está a forçar
"os jovens a tornarem-se vagabundos, a roubar para viver e a tornarem-se vítimas da
toxicodependência". Na opinião dos bispos, a corrupção entre os funcionários públicos
está também a enfraquecer a coesão social e a minar a harmonia social. Sobre a
relação entre a Igreja e o Estado, os prelados referiram as boas relações existentes
em algumas dioceses, como a Beira, bem como o diálogo construtivo entre a Igreja e
as instituições locais na legislação sobre a família e na colaboração na área da educação.
Mas os bispos sublinham o seu direito a participar em áreas como a legislação sobre
a família, o aborto e o divórcio "para se pronunciar contra leis civis que ofendem
seriamente a verdade a justiça". A nível eclesial, os bispos salientam que "os
relatórios das dioceses apontam para um aumento de fiéis, fruto do trabalho incansável
dos padres, religiosos, animadores e catequistas", saudando também o facto de muitas
paróquias e comunidades se estarem a tornar auto-suficientes. Os prelados pediram
também maior compromisso vocacional. Este ano a Universidade Católica de Nampula
assinala dez anos de existência. Na assembleia plenária foram apresentados os objectivos
deste estabelecimento para 2010: o fortalecimento da identidade católica da universidade,
maior autonomia financeira, adaptação à realidade moçambicana dos graus académicos
e dos métodos de ensino, expansão das infra-estruturas e a criação de novos pólos
em outras quatro províncias.