“Cheia de graça” – o mais belo nome de Maria, nome que lhe deu o próprio Deus: Bento
XVI, ao Angelus de 8 de Dezembro
“Maria não só nunca cometeu nenhum pecado, mas foi até mesmo preservada daquela herança
comum do género humano que é a culpa original. E isto devido à missão à qual desde
sempre Deus a destinou: ser a Mãe do Redentor. Tudo isto está contido na verdade de
fé da “Imaculada Conceição”. O fundamento bíblico deste dogma encontra-se nas palavras
que o Anjo dirigiu à jovem de Nazaré: “Alegra-te, ó cheia-de-graça, o Senhor é contigo”.
“Cheia de graça” – no original grego kecharitomene – é o mais belo nome de Maria,
nome que lhe deu o próprio Deus, para indicar que é desde sempre e para sempre a amada,
a eleita, a escolhida para acolher o dom mais precioso, Jesus, “o amor incarnado de
Deus”. Mas “por que é que Deus, de entre todas as mulheres, escolheu precisamente
Maria de Nazaré” – interrogou-se o Papa. Embora a resposta se encontre “escondida
no insondável mistério da vontade divina”, há “contudo uma razão que o Evangelho põe
em evidência: a sua humildade”. “Di-lo a própria Virgem no “Magnificat”, o seu cântico
de louvor: “A minha alma glorifica o Senhor… porque olhou para a humildade da sua
serva”. “Sim, Deus foi atraído pela humildade de Maria, que encontrou graça aos
Seus olhos. Foi assim que ela se tornou a Mãe de Deus, imagem e modelo da Igreja,
eleita de entre os povos para receber a bênção do Senhor e difundi-la sobre toda a
família humana. Esta “bênção” mais não é do que Jesus Cristo. É Ele a Fonte da graça,
de que Maria foi cumulada desde o primeiro instante da sua existência. Com fé acolheu
Jesus e com amor O deu ao mundo. Esta é também a nossa vocação e a nossa missão, a
vocação e a missão da Igreja: acolher Cristo na nossa vida e dá-Lo ao mundo, “para
que por meio d’Ele o mundo se salve”.