Bento XVI dá graças a Deus pelo êxito da viagem apostólica à Turquia
O Papa fez votos de que “a Turquia possa ser uma ponte de amizade e de colaboração
fraterna entre o Ocidente e o Oriente. E elevou uma oração a Deus para que “ajude
o povo turco, os seus governantes, os representantes das diversas religiões – a construírem
conjuntamente um futuro de paz”.
Participaram nesta audiência geral mais de
quinze mil peregrinos, em dois diferentes momentos e lugares: primeiro, na basílica
de São Pedro, e depois na Aula Paulo VI. Na primeira destas audiências, o Papa acolheu
os peregrinos italianos da região do Lácio, cujos bispos têm estado a realizar a sua
quinquenal visita “ad limina Apostolorum” – ao Santo Padre e aos diversos organismos
da Cúria Romana. O Papa encorajou-os a prosseguirem “uma corajosa acção evangelizadora”,
observando que é “tarefa primária da evangelização indicar em Cristo Jesus o Salvador
de cada homem”. “Não vos canseis de vos confiar a Ele e de O anunciardes com a vossa
vida em família e em todos os ambientes” – exortou Bento XVI, dirigindo-se aos fiéis
católicos do Lácio. “É isto o que os homens esperam da Igreja” – recordou.
Baseando-se
na “visão que o Concílio Vaticano II apresenta da Igreja”, Bento XVI sublinhou que
“também as viagens pastorais do Papa contribuem a realizar a sua missão, que se desdobra
em círculos concêntricos: “No círculo interno, o sucessor de Pedro confirma na fé
os católicos, naquele intermédio, encontra outros cristãos; naquele externo, dirige-se
aos não-cristãos e a toda a humanidade”. O Papa fez notar que a sua primeira jornada
na Turquia, em Ankara, decorreu precisamente no âmbito deste terceiro círculo: os
encontros com o primeiro-ministro, com o presidente da república e com o presidente
para as questões religiosas, a homenagem ao mausoléu do Pai da Pátria Atartuk, e o
encontro com o Corpo Diplomático, na Nunciatura Apostólica. “Neste país de maioria
muçulmana dotado de uma constituição moderna que afirma a laicidade do Estado, insisti
sobre a importância de um empenho comum dos cristãos e dos muçulmanos a favor do homem,
da vida, da justiça e da paz. A distinção entre a sociedade civil e as comunidades
religiosas constitui um valor, e o Estado deve assegurar a cada cidadão liberdade
de consciência e uma liberdade de culto, efectivas. “No âmbito do diálogo inter-religioso
– afirmou textualmente o Papa, exprimindo-se em espanhol - ao visitar a Mesquita
Azul, de Istambul, dirigi-me silenciosamente ao único Senhor, Pai misericordioso de
toda a humanidade” Referindo-se aos encontros ecuménicos, nomeadamente com o
Patriarca Bartolomeu I, Bento XVI referiu com apreço que estes “serviram para consolidar
as relações fraternas com os ortodoxos”. Nomeadamente no caso da Declaração Conjunta
assinada com o Patriarca Ortodoxo. “A assinatura conjunta de uma declaração comum
e a solene liturgia da festa de Santo André confirmaram o compromisso recíproco, assente
na oração e na invocação do Espírito Santo, a prosseguir no caminho para o restabelecimento
da plena comunhão entre católicos e ortodoxos”. Finalmente – no círculo mais interno,
o encontro com a comunidade católica, tanto em Éfeso como também, no dia da partida,
em Istambul, na Santa Missa celebrada na catedral latina do Espírito Santo, com a
presença do Patriarca Ecuménico, do Patriarca Arménio, do Metropolita Siro-Ortodoxo
e de representantes das Igrejas Protestantes. “Estavam reunidos em oração – observou
o Papa – todos os cristãos, na diversidade das tradições, dos ritos e das línguas.
“Confortados pela Palavra de Cristo, que promete aos crentes rios de água viva, e
pela imagem dos muitos membros unidos no único corpo, vivemos a experiência de um
renovado Pentecostes. Concluindo a sua alocução, nesta audiência geral, o Papa
referiu com apreço e afecto ao povo turco e à nação turca, que tão bem o acolheram.
“Regressei aqui ao Vaticano com o espírito pleno de gratidão para com Deus e com sentimentos
de sincero afecto e estima pelos habitantes da amada nação turca, dos quais me senti
acolhido e compreendido. A simpatia e a cordialidade de que me rodearam, não obstante
as inevitáveis dificuldades que a minha visita provocou ao decorrer normal da sua
actividades, permanecem como uma viva recordação que me leva à oração. Que o Deus
omnipotente e misericordioso ajude o povo turco, os seus governantes e os representantes
das diversas religiões, a construírem conjuntamente um futuro de paz, de tal modo
que a Turquia possa ser uma ponte de amizade e de colaboração fraterna entre o Ocidente
e o Oriente."