NA AUDIÊNCIA GERAL DESTA QUARTA-FEIRA, BENTO XVI RECORDA MOMENTOS RELEVANTES DE SUA
VIAGEM APOSTÓLICA À TURQUIA
Cidade do Vaticano, 06 dez (RV) - A audiência geral desta manhã foi dedicada
à narração dos momentos mais significativos da recente visita do papa à Turquia.
Antes
de partilhar suas impressões sobre a viagem, com os 15 mil fiéis e peregrinos reunidos
na Sala Paulo VI, o pontífice se encontrou, na Basílica de São Pedro, com milhares
de fiéis italianos, em particular das dioceses do Lácio, conduzidos por seus bispos,
em visita "ad Limina".
Uma viagem apostólica vivida em três níveis "não fáceis,
sob diversos aspectos", mas "acompanhada por Deus desde o seu início" e, no final,
enriquecida por fundamentais momentos de fraternidade ecumênica e de diálogo com o
Islã.
Bento XVI explicou, com uma imagem, a "geometria" particular da viagem
apostólica à Turquia, uma visita realizada _ disse _ segundo aqueles três "círculos
concêntricos" que caracterizam o ministério de um papa: a confirmação da comunidade
católica na fé; o diálogo com os outros cristãos; e o encontro com os não-cristãos.
Renovando
sua estima pelas autoridades turcas, pela "cordialidade" e a "simpatia" a ele demonstradas
pela população, o papa tocou uma das questões afrontadas durante a viagem _ a questão
"da efetiva liberdade de culto" a ser garantida a cidadãos e comunidades religiosas
_ que, justamente a Turquia, com a laicidade do Estado garantida pela Constituição,
ressalta de modo paradigmático.
Entre os encontros daqueles dias, Bento XVI
definiu como providencial _ mesmo porque inicialmente não programado _ a visita à
Mesquita Azul, de Istambul, um dos centros mais célebres da religião muçulmana.
"Detendo-me
por alguns minutos em recolhimento naquele lugar de oração, dirigi-me ao único Senhor
do céu e da terra, Pai misericordioso de toda a humanidade. Possam todos os fiéis
reconhecer-se Suas criaturas e dar testemunho de verdadeira fraternidade."
Também
os encontros com os cristãos de outros ritos e confissões ressaltaram a importância
da viagem do pontífice à Turquia. Em rápida sucessão, o papa recordou as imagens de
seus encontros com os chefes das Igrejas ortodoxas, simbolizadas pelo abraço de paz
em Istambul, com o patriarca ecumênico, Bartolomeu I, no dia da festa de Santo André.
"Seguindo
as pegadas de Paulo VI, que encontrou o patriarca Atenágoras, e de João Paulo II,
que foi acolhido pelo sucessor de Atenágoras, Dimitrios I, renovei com Sua Santidade
Bartolomeu I, esse gesto de grande valor simbólico, para confirmar o compromisso recíproco,
de prosseguir na estrada rumo ao restabelecimento da plena comunhão entre católicos
e ortodoxos."
Da liturgia eucarística final e, mais ainda, da missa celebrada
em Éfeso, nas proximidades da Casa de Maria, Bento XVI recordou, sobretudo, a simplicidade
do pequeno e antiqüíssimo centro de culto mariano: "Próximo à "Casa de Maria" _ disse
_ nos sentimos verdadeiramente "em casa"." (RL)