Cidade do Vaticano, 04 dez (RV) - O celibato dos sacerdotes não está contemplado
na pauta do dia, para as autoridades eclesiásticas: foi o que precisou numa declaração,
divulgada pela Sala de Imprensa da Santa Sé, o Cardeal Cláudio Hummes, recentemente
nomeado por Bento XVI, como novo Prefeito da Congregação para o Clero, em relação
a uma entrevista concedida sobre o assunto, ao diário "O Estado de São Paulo".
"Na
Igreja _ ressalta o Cardeal Hummes _ sempre foi claro que a obrigação do celibato
para os sacerdotes não é um dogma, mas sim uma norma disciplinar." Tanto é verdade
_ prossegue o purpurado _ que "essa norma vale para a Igreja latina, mas não para
os ritos orientais, onde também nas comunidades unidas à Igreja Católica, é normal
que haja sacerdotes casados".
Todavia, é claro também _ prossegue a declaração
_ "que a norma do celibato para os sacerdotes na Igreja latina é muito antiga e tem
seus fundamentos numa tradição consolidada e em fortes motivações de caráter tanto
teológico-espiritual, quanto prático-pastoral, reiteradas também pelos papas".
Ademais,
o novo Prefeito da Congregação para o Clero recorda que "também no recente Sínodo
dos Bispos sobre os sacerdotes, a opinião mais difusa entre os padres sinodais era
que uma abertura da regra do celibato não teria sido uma solução nem mesmo para o
problema da escassez de vocações. Problema que deve ser atribuído, sobretudo, a outras
causas, a começar da cultura secularizada moderna, como demonstra a experiência também
das outras confissões cristãs, que têm sacerdotes ou pastores casados".
Tal
questão _ conclui o Cardeal Hummes _ "não está contemplada na agenda das autoridades
eclesiásticas, como recentemente reiterado, após a última reunião dos chefes de organismos
da Cúria Romana" com Bento XVI. (RL)