2006-12-04 16:25:42

DESCOBERTA DE SARCÓFAGO ROMANO EM IGREJA OBRIGA A REDEFINIÇÃO DOS LIMITES DA ANTIGA LONDRES


Londres, 1º dez (RV) - A descoberta de um sarcófago romano, numa conhecida igreja no centro de Londres, obrigará a uma redefinição das fronteiras da antiga cidade de "Londinium". Até agora, se acreditava que a antiga cidade estivesse circunscrita a uma pequena área, a oeste da capital inglesa.

Os arqueólogos do Museu de Londres, encarregados das escavações, mostraram-se entusiasmados com a surpreendente descoberta de um túmulo do final do século IV ou início do V _ última fase da presença romana _ no terreno do templo anglicano de "Saint Martin in the Fields", na famosa "Trafalgar Square", considerada um antigo reduto anglo-saxônico.

O sarcófago, pesando 1,5 toneladas, contém os restos de um homem de cerca 40 anos e 1,70 metros de altura. O crânio, não encontrado, poderia ter sido retirado por operários que trabalharam no local no século XIX.

A diretora do Serviço Arqueológico do Museu de Londres, Taryn Nixon, afirmou que a descoberta do sarcófago, num lugar tão distante de onde se acreditava ser a cidade romana, obriga a uma redefinição de suas fronteiras, e inclusive, do período de ocupação. "Estamos diante de uma investigação fascinante" _ afirmou.

Até agora, se acreditava que "Londinium" _ a cidade fundada em 43 d.C. pelo imperador romano Claudius _ ocupava o que atualmente é a "City" (centro financeiro de Londres), com cerca de uma milha quadrada, que abriga a Torre de Londres, a ponte de Blackfriars, e a Catedral de Saint Paul.

A descoberta do sarcófago e de algumas telhas do mesmo período sugerem que a presença romana pode estender-se muito mais a oeste, até o distrito de Westminster, uma área onde, até agora, haviam sido encontrados, sobretudo, restos de assentamentos anglo-saxônicos. Além do sarcófago, os arqueólogos descobriram na mesma igreja, 24 tumbas do período medieval e outras sete tumbas anglo-saxônicas do século VII.

As escavações arqueológicas em "Saint Martin in the fields" foram iniciadas em janeiro passado, coincidindo com obras de renovação do templo, construído em 1720, "para adequá-lo ao século XXI" _ segundo o Rev. Nicholas Holtan, vigário da igreja.

Para o Rev. Nichols, o descobrimento dos restos anglo-saxônicos é importante, porque revela uma nova etapa da história do lugar, que somente está documentada até 1222, época da construção do primeiro templo. Entretanto, o que mais o emociona, é o descobrimento do sarcófago romano, pois sugere a existência, no terreno da Igreja, de "um lugar sagrado, possivelmente cristão", há 1.500 anos. (JK)







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