2006-12-04 19:24:32

CHINA: PESAR DO PAPA PELA ORDENAÇÃO DE BISPO SEM MANDATO PONTIFÍCIO


Cidade do Vaticano, 02 dez (RV) - Bento XVI recebeu com "profundo pesar" a notícia da ordenação episcopal na China. É o que se lê na declaração da Sala de Imprensa da Santa Sé, na qual de explica que "a ordenação episcopal foi conferida sem o mandato pontifício, isto é, sem respeitar a disciplina da Igreja Católica acerca da nomeação dos bispos" (cfr. Cânon 377, parágrafo 1, do Código de Direito Canônico).

No texto ressalta-se que "a ordenação em Xuzhou é a última _ em termos temporais _ de uma série de ordenações episcopais ilegítimas, que transtornam a Igreja Católica na China, há algumas décadas, criando divisões nas comunidades diocesanas e afligindo a consciência de muitos eclesiásticos e fiéis".

A declaração sublinha que "essa série de atos extremamente graves, que ofendem os sentimentos religiosos de cada católico na China e no resto do mundo, é fruto e conseqüência de uma visão da Igreja que não corresponde à doutrina católica e subverte princípios fundamentais da sua estrutura hierárquica".

A nota da Sala de Imprensa recorda o que precisou a esse propósito, o Concílio Vaticano II: "É em virtude da consagração sacramental, e mediante a comunhão hierárquica com a cabeça e os membros do colégio, que fica alguém constituído membro do corpo episcopal". (Lumen gentium, nº 22).

"A Santa Sé, tendo tomado conhecimento no último momento, da projetada ordenação episcopal na Diocese de Xuzhou, não deixou de adotar as medidas possíveis no breve tempo à disposição, a fim de que não se chegasse a um ato que produziria uma nova dilaceração da comunhão eclesial" _ afirma a nota. E o fez também, recordando que "uma ordenação episcopal ilegítima é um ato objetivamente tão grave que o Direito Canônico estabelece sanções severas para aqueles que a conferem e aqueles que a recebem, sempre que o ato seja realizado em condições de verdadeira liberdade" (cfr. Cânon 1382 do Código de Direito Canônico).

A declaração afirma ainda que "é consolador constatar que, apesar das dificuldades passadas e presentes, a quase totalidade dos bispos, sacerdotes, religiosos e religiosas, e os leigos na China, conscientes de serem membros vivos de toda a Igreja, mantêm uma profunda comunhão de fé e de vida com o Sucessor de Pedro e com todas as comunidades católicas espalhadas pelo mundo".

A nota da Sala de Imprensa da Santa Sé precisa que "no que concerne às ordenações episcopais, a Santa Sé não pode aceitar ser colocada diante de fatos consumados". Assim sendo, a Santa Sé "deplora o modo de proceder na ordenação do sacerdote Wang Renlei", e reitera os votos de que "incidentes desse tipo não se repitam no futuro". (RL)







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