CARDEAL MARTINO: "RECONHECER A DIGNIDADE HUMANA É ESSENCIAL PARA SE TER SEGURANÇA
E PAZ NO MUNDO"
Cidade do Vaticano, 30 nov (RV) - "Reconhecer a natural e inviolável dignidade
da pessoa humana, coração do ensinamento social da Igreja, é essencial para que no
mundo seja instaurada de maneira estável, a paz e a segurança, segundo a mais profunda
aspiração de todos os povos". É o que afirmou o presidente do Pontifício Conselho
"da Justiça e da Paz", Cardeal Renato Raffaele Martino, na IV Conferência Inter-parlamentar
anual sobre Direitos Humanos e Liberdade Religiosa, que se realiza na Pontifica Universidade
Gregoriana, em Roma. O encontro, promovido pelo Instituto Estadunidense de Religião
e a Política Pública, reúne parlamentares de vários países.
Dirigindo-se aos
parlamentares de vários países, presentes no encontro, o purpurado recordou a regra
de ouro da pacífica convivência social _ "Fazei aos outros aquilo que gostaria que
fosse feito a você" _ revelando os contrastes entre esse princípio religioso fundamental
e os atuais desafios à paz e à segurança mundial.
O Cardeal citou expressamente
o teste nuclear norte-coreano, a dramática situação na região de Darfur, o conflito
entre Rússia e Geórgia, as violências em nome da religião nas várias partes do mundo,
as guerras no Iraque e Afeganistão, e os combates na Nigéria e Uganda.
Como
presidente do Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes,
o Cardeal Martino também recordou o crescente número de refugiados e desabrigados,
e os motivos sociais, econômicos e de segurança que estão por trás desses movimentos
das populações.
Como reiterado no Congresso sobre o Mundo e Religiões tradicionais,
realizado em 2003 em Astana, no Cazaquistão, o diálogo promovido num autêntico espírito
religioso não é somente um meio para resolver problemas entre os povos, mas principalmente,
um meio para evitar conflitos. Segundo o Cardeal Martino, desse princípio pode surgir
a contribuição que a religião pode dar à estabilidade e à segurança internacionais,
sendo o seu objetivo a realização de um mundo no qual todos possam viver, trabalhar
e reconhecer-se reciprocamente como irmãos. Somente assim, a ameaça e a agressão poderão
ser banidas para dar lugar à cooperação e ao desenvolvimento.
"Paz, segurança
e estabilidade _ concluiu o purpurado _ somente existirão quando, como sustentado
por toda verdadeira religião, a dignidade de cada pessoa humana for reconhecida, os
direitos humanos e as liberdades fundamentais forem promovidos e protegidos, com a
condenação _ como uma ofensa a Deus e ameaça a paz _ de cada violência e conflito,
em nome da religião. (JK)