2006-12-01 18:30:55

CARDEAL MARTINO: "RECONHECER A DIGNIDADE HUMANA É ESSENCIAL PARA SE TER SEGURANÇA E PAZ NO MUNDO"


Cidade do Vaticano, 30 nov (RV) - "Reconhecer a natural e inviolável dignidade da pessoa humana, coração do ensinamento social da Igreja, é essencial para que no mundo seja instaurada de maneira estável, a paz e a segurança, segundo a mais profunda aspiração de todos os povos". É o que afirmou o presidente do Pontifício Conselho "da Justiça e da Paz", Cardeal Renato Raffaele Martino, na IV Conferência Inter-parlamentar anual sobre Direitos Humanos e Liberdade Religiosa, que se realiza na Pontifica Universidade Gregoriana, em Roma. O encontro, promovido pelo Instituto Estadunidense de Religião e a Política Pública, reúne parlamentares de vários países.

Dirigindo-se aos parlamentares de vários países, presentes no encontro, o purpurado recordou a regra de ouro da pacífica convivência social _ "Fazei aos outros aquilo que gostaria que fosse feito a você" _ revelando os contrastes entre esse princípio religioso fundamental e os atuais desafios à paz e à segurança mundial.

O Cardeal citou expressamente o teste nuclear norte-coreano, a dramática situação na região de Darfur, o conflito entre Rússia e Geórgia, as violências em nome da religião nas várias partes do mundo, as guerras no Iraque e Afeganistão, e os combates na Nigéria e Uganda.

Como presidente do Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes, o Cardeal Martino também recordou o crescente número de refugiados e desabrigados, e os motivos sociais, econômicos e de segurança que estão por trás desses movimentos das populações.

Como reiterado no Congresso sobre o Mundo e Religiões tradicionais, realizado em 2003 em Astana, no Cazaquistão, o diálogo promovido num autêntico espírito religioso não é somente um meio para resolver problemas entre os povos, mas principalmente, um meio para evitar conflitos. Segundo o Cardeal Martino, desse princípio pode surgir a contribuição que a religião pode dar à estabilidade e à segurança internacionais, sendo o seu objetivo a realização de um mundo no qual todos possam viver, trabalhar e reconhecer-se reciprocamente como irmãos. Somente assim, a ameaça e a agressão poderão ser banidas para dar lugar à cooperação e ao desenvolvimento.

"Paz, segurança e estabilidade _ concluiu o purpurado _ somente existirão quando, como sustentado por toda verdadeira religião, a dignidade de cada pessoa humana for reconhecida, os direitos humanos e as liberdades fundamentais forem promovidos e protegidos, com a condenação _ como uma ofensa a Deus e ameaça a paz _ de cada violência e conflito, em nome da religião. (JK)







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