Atenção aos que têm sede de justiça, de paz, de dignidade, de consideração por si
mesmos e pelos irmãos: Bento XVI na homilia da Missa na Catedral católica do Espirito
Santo em Istambul
(1/12/2006)- RV) “A Igreja não quer impor nada a ninguém. Pede apenas poder viver
livremente, para revelar Aquele que ela não pode esconder: Cristo Jesus, que nos amou
até ao fim sobre a Cruz e que nos deu o seu Espírito, presença viva de Deus no meio
de nós e no mais íntimo de nós próprios. Sede sempre acolhedores ao Espírito de Cristo.
Para tal, tornai-vos atentos àqueles que têm sede de justiça, de paz, de dignidade,
de consideração por si mesmos e pelos irmãos”: Palavras de Bento XVI, quase a
concluir a homilia da última celebração da sua viagem à Turquia, nesta sexta de manhã,
na catedral católica do Espírito Santo, em Istambul. Esclarecimento dirigido aos não
cristãos e exortação dirigidas aos fiéis católicos, nesta Eucaristia em que participaram
também o Patriarca Ecuménico Bartolomeu I, o Patriarca Arménio Apostólico, o Metropolita
Siro-ortodoxo e representantes das Igrejas Protestantes. Comentando as leituras
da Missa, com a profissão de fé de Pedro, em Cesareia de Filipo, quando Jesus lhe
diz “Feliz és tu… porque não foi a carne nem o sangue que te revelaram isto, mas o
meu Pai que está nos céus, observou Bento XVI: “Sim, felizes nós quando o Espírito
Santo nos abre à alegria de acreditar e quando nos faz entrar na grande família dos
cristãos, a sua Igreja… ‘É o mesmo Deus que age em todos’. ‘Cada um recebe o dom de
manifestar o Espírito em vista do bem de todos’. Manifestar o Espírito, viver segundo
o Espírito, não é viver apenas para si, mas sim aprender a conformar-se ao próprio
Cristo Jesus, tornando-se, ao seu seguimento, servo dos irmãos. Aqui está um ensinamento
bem concreto para cada um de nós”. “Há vinte e sete anos, nesta mesma catedral,
o meu predecessor o Servo de Deus João Paulo II fazia votos de que a alba do novo
milénio se pudesse ‘levantar sobre uma Igreja que reencontrou a sua plena unidade
para melhor testemunhar, no meio das tensões exacerbadas deste mundo, o amor transcendente
de Deus, manifestado no seu Filho Jesus Cristo. “Estes votos ainda se não realizaram,
mas o desejo do Papa continua a ser o mesmo, e nos impulsiona - a todos nós, discípulos
de Cristo, que avançamos com nossas lentidões e pobrezas no caminho em direcção à
unidade – a agir incessantemente em vista do bem de todos, colocando no primeiro lugar
das nossas preocupações eclesiais a perspectiva ecuménica. Viveremos então verdadeiramente
segundo o Espírito de Jesus, ao serviço do bem de todos”