Pequim, 29 nov (RV) - Os líderes do grupo protestante "Três tipos de serviço"
condenados à morte sem provas, foram justiçados na última semana, às escondidas: é
o que denuncia a ONG norte-americana "China Aid Association" (CAA).
Os cristãos
_ Xu Shuangfu, de 60 anos, Li Maoxing, de 55, e Wang Jun, de 36 _ foram executados
na prisão da província de Heilongjiang. Os familiares foram chamados pelas autoridades
somente após a execução. Nem mesmo os advogados haviam sido advertidos da execução
da sentença. Eles haviam impetrado um recurso há poucos dias.
Os três haviam
sido condenados à pena capital em julho passado, por uma corte intermediária do povo,
em Shuangyashan, na província de Heilongjiang. Na ocasião, a polícia acusou outras
17 pessoas, 11 das quais foram condenadas a penas que variam de 3 a 15 anos de reclusão.
Segundo
a acusação, Xu, o líder do grupo protestante com mais de 500 mil adeptos em todo o
país, teria assassinado, junto com outros 16 companheiros, 20 adeptos do grupo "Iluminação
do Oriente". Além disso, ele teria se apropriado de cerca de 3,2 milhões de euros.
Segundo
os advogados, "as provas apresentadas pelo governo não determinam a culpabilidade
de seus clientes e as confissões teriam sido obtidas mediante tortura, uma prática
que o próprio governo chinês reconhece como bastante utilizada em suas prisões".
Pequim
permite a prática do Protestantismo somente no interior do Movimentos das Três Autonomias
(MTA), nascido em 1950, após a revolução que levou Mao Tsé-tung ao poder, com a expulsão
dos missionários estrangeiros e líderes das Igrejas.
Estatísticas oficiais
revelam que, na China, existem 10 milhões de protestantes, todos eles membros do Movimento
das Três Autonomias. Os protestantes não-oficiais (clandestinos) se agrupam nas chamadas
"igrejas domésticas", não registradas, e são estimados em 50 milhões. No ano passado,
o governo chinês prendeu 1.958 protestantes, entre pastores e fiéis. (JK)