2006-11-27 14:39:41

ANGELUS DOMINICAL: MARIA SE ASSOCIOU À REALEZA DE CRISTO


Cidade do Vaticano, 26 nov (RV) - Hoje, Solenidade de Cristo Rei do Universo, último domingo do ano litúrgico, que coroa o Tempo Comum, o Santo Padre rezou a oração do Angelus da janela de seu gabinete de trabalho, no último andar da Residência Apostólica, no Vaticano, com os milhares de peregrinos e fiéis, reunidos na Praça São Pedro.

Em sua habitual alocução dominical, que precede a oração, o papa refletiu sobre a solenidade de Cristo Rei, partindo da passagem evangélica, em que Pilatos pergunta a Jesus: "Tu és o Rei dos Judeus"? Jesus lhe responde, positivamente, dizendo-lhe, porém, não ser rei deste mundo.

Jesus foi levado a Pilatos com a acusação de estar usurpando o título de "rei dos judeus". Jesus, no entanto. não veio para dominar os povos e os territórios, mas para libertar os homens da escravidão do pecado e para reconciliá-los com Deus. E Jesus acrescentou: "Nasci e vim ao mundo para dar testemunho da verdade".

O pontífice perguntou aos presentes: qual a verdade que Cristo veio testemunhar ao mundo? E completou: "Toda a sua existência revela que Deus é Amor! Eis, portanto, a verdade da qual ele deu pleno testemunho, a ponto de sacrificar a sua própria vida no Calvário. A Cruz foi o trono do qual ele manifestou a sublime realeza de Deus Amor. Oferecendo-se como expiação dos pecados do mundo, ele derrotou o domínio do príncipe deste mundo, o demônio, instaurando, definitivamente, o Reino de Deus".

Este Reino, instaurado por Jesus _ explicou o bispo de Roma _ se manifestará, em sua plenitude, no final dos tempos, depois que todos os inimigos e, por último, a morte, forem derrotados. Então, o Filho de Deus entregará o Reino a seu Pai. Assim, finalmente, Deus será tudo para todos.

Contudo _ continuou o papa _ o caminho para se atingir esta meta é longo e não admite atalhos. Por isso, é preciso que toda a pessoa acolha, livremente, a verdade do amor de Deus. Ele é Amor e Verdade. Tanto o Amor como a Verdade jamais se impõem, mas batem à porta do coração e da mente.

Assim, onde o Amor e a Verdade conseguirem entrar, proporcionarão paz e alegria. E o Papa acrescentou: "Eis o modo como Deus reina; eis o seu projeto de salvação, que é um mistério, no verdadeiro sentido bíblico, um desígnio que ele revela, aos poucos, na história".

À realeza de Cristo _ disse por fim o pontífice _ a Virgem Maria se associou de modo singular. Pelo seu "sim" incondicional, ela foi exaltada acima de todas as criaturas e Cristo, seu Filho, a coroou "Rainha do Céu e da Terra".

Bento XVI concluiu sua alocução dominical, invocando a intercessão de Nossa Senhora, confiando sob a sua proteção a Igreja e a humanidade, a fim de que o amor possa reinar em todos os corações e possa ser cumprido seu desígnio de justiça e de paz.

Por fim, o Santo Padre rezou a oração mariana do Angelus, ao término da qual, concedeu a todos a sua bênção apostólica.

Antes de concluir o encontro com os fiéis e peregrinos, o Santo Padre avisou aos presentes, que, nos próximos dias, partirá para mais uma viagem internacional, que o levará à Turquia. "Desde já, quero enviar uma saudação cordial ao querido povo turco, rico de história e de cultura. Àquele Povo e aos seus representantes expresso meus sentimentos de estima e de sincera amizade. Com viva emoção, espero encontrar-me com a sua pequena comunidade católica, que sempre esteve presente no meu coração, e unir-me, fraternalmente, com a Igreja Ortodoxa, por ocasião da festa de Santo André Apóstolo".

Recordamos que este é o principal objetivo da viagem do Santo Padre à Turquia, além de fomentar a amizade e o diálogo com os muçulmanos, que representa a grande maioria no país.

Bento XVI foi convidado, pessoalmente, pelo Patriarca Bartolomeu I, a visitar a sede do Patriarcado de Constantinopla, hoje Istambul, por ocasião da festa de Santo André, irmão de São Pedro, no próximo dia 30.

Por isso, em relação a esta visita à Turquia, o Santo Padre disse ainda: "Com confiança, seguirei as pegadas dos meus predecessores, Paulo VI e João Paulo II, e invoco a celeste proteção do bem-aventurado papa João XXIII, que, por dez anos, foi delegado apostólico na Turquia, pela qual nutriu carinho e estima. Portanto, peço a todos vocês que me acompanhem, com suas orações, para que esta peregrinação possa produzir todos os frutos que Deus quiser".

A seguir, o Santo Padre recordou que no próximo dia 1º de dezembro será celebrado o Dia Mundial contra a Aids. "Espero, sinceramente, que esta circunstância possa favorecer uma maior responsabilidade no tratamento desta doença e, ao mesmo tempo, buscar evitar todo tipo de discriminação dos que por ela foram acometidos. Invoco sobre os pacientes e sobre as suas famílias o conforto do Senhor e encorajo as multíplices iniciativas apoiadas pela Igreja" _ auspiciou o papa.

Enfim, como faz habitualmente, ao término da oração do Angelus, o papa cumprimentou os grupos de peregrinos presentes, em várias línguas. Falando em italiano, fez uma saudação toda especial aos numerosos diretores de corais, músicos e cantores, que participam do XXVIII Congresso Nacional de Música Sacra, promovido pela Associação italiana Santa Cecília: "Queridos amigos, sinto-me feliz por terem comemorado os 50 anos da morte do grande mestre, Lorenzo Perosi, que foi diretor da Capela Sistina e deixou obras musicais de altíssima inspiração religiosa. Convido todos vocês a serem autênticos evangelizadores, através da beleza e da harmonia da sua arte musical".

Recordamos que, antes da oração do Angelus, os numerosos participantes no Congresso Nacional de Música Sacra, organizado como disse o papa pela Associação italiana Santa Cecília, abrilhantaram a Santa Missa, na Basílica vaticana, presidida pelo cardeal Secretário de Estado, dom Tarcísio Bertone. (MT)








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