SECRETÁRIO VATICANO DIZ QUE SANTA SÉ NÃO É CONTRA A ENTRADA DA TURQUIA NA UE
Cidade do Vaticano, 25 nov (RV) - "Estou certo de que a sociedade turca (…)
não deixará de demonstrar mais uma vez o seu tradicional acolhimento" ao papa, "peregrino
de paz e de diálogo, que vai a este país seguindo as pegadas de seus predecessores
Paulo VI e João Paulo II, e em memória do bem-aventurado João XXIII". Foi o que afirmou
o secretário vaticano para as relações com os Estados, o arcebispo Dominique Mamberti,
numa entrevista ao diário católico "Avvenire", que será publicada na edição deste
domingo.
Diante de episódios "que poderiam suscitar algum compreensível temor
_ ressalta o prelado _, a Santa Sé já reagiu no sentido de não amplificá-los além
da sua consistência real. Por outro lado _ observou ele _ estou certo de que as autoridades
civis predispuseram tudo o que é necessário para garantir a segurança e uma tranqüila
realização da visita".
Em relação à influência que poderia ter sobre o êxito
da viagem o discurso do Papa em Regensburgo, na Alemanha, dom Mamberti falou, sim,
de uma influência, mas positiva, porque Bento XVI "poderá renovar aquilo que já disse,
esclarecendo o seu pensamento acerca da estima em relação aos muçulmanos, a vontade
do diálogo _ que não é momentâneo _, a possibilidade de colaboração a serviço do homem
e da sua causa, superando incompreensões e mal-entendidos".
Por fim, em relação
à questão da adesão da Turquia à União Européia, dom Mamberti ressaltou que não existe
uma posição "oficial" da Santa Sé a esse respeito. A Sé apostólica _ afirmou ele _
"acompanha com grande interesse a questão e ressalta que o debate há tempo em curso
e as posições manifestadas a favor ou contra a admissão da Turquia na União Européia
expressam que o que está em jogo é de extrema relevância".
"É claro _ concluiu
o secretário vaticano para as relações com os Estados _, a Santa Sé considera que,
em todo caso, o país deve responder a todos os critérios políticos estabelecidos na
Cúpula de Copenhague, na Dinamarca, de dezembro de 2002 e, no que concerne mais especificamente
à liberdade religiosa, às recomendações contidas na decisão relativa aos princípios,
às prioridades e às condições contidas no acordo para a adesão da Turquia de 23 de
janeiro de 2006." (RL)