Não marginalizar os afectados por doenças infecto-contagiosas!
( 24/11/2006 ) Perante tantos “doentes com doenças infecciosas obrigados a viver
segregados, por vezes mesmo marcados por um estigma que os humilha”, impõem-se “intervenções
concretas que favoreçam a proximidade ao doente, tornem mais viva a evangelização
da cultura e proponham motivos inspiradores dos programas económicos e políticos dos
governos”: sublinhou Bento XVI, dirigindo-se aos participantes na Conferência Internacional
promovida pelo Conselho Pontifício para a Pastoral da Saúde, sobre o tema “Os aspectos
pastorais do tratamento das doenças infecciosas”. Relativamente à “proximidade
ao doente contagiado por doenças infecciosas”, Bento XVI sublinhou que é este o objectivo
ao qual a Comunidade eclesial deve sempre tender, seguindo o exemplo de Cristo, de
Francisco de Assis, do padre Damião da ilha de Molokai, de Madre Teresa de Calcutá
e de tantos outros.
“Há que manter viva esta rica tradição da Igreja católica,
para que - através do exercício da caridade em relação a quem sofre, se tornem visíveis
os valores inspirados numa autêntica humanidade e no Evangelho: a dignidade da pessoa,
a misericórdia, a identificação de Cristo com o doente. Toda as intervenções permanecem
insuficientes, se nele não se torna perceptível o amor pelo homem, um amor que se
nutre do encontro com Cristo”. “À insubstituível proximidade em relação ao doente
– advertiu o Papa – é preciso acrescentar também a evangelização do ambiente cultural
em que vivemos. Entre os preconceitos que dificultam ou limitam uma ajuda eficaz às
vítimas de doenças infecciosas está a atitude de indiferença e até mesmo de exclusão
ou rejeição, que emerge por vezes na sociedade do bem-estar. Atitude favorecida
pela imagem veiculada pelos meios de comunicação, no homem e na mulher preocupados
acima de tudo com a beleza física, a saúde e a vitalidade biológica. Uma perigosa
tendência cultural que tende a colocar-se a si próprio no centro, a fechar-se cada
um no seu pequeno mundo , recusando-se a empenhar-se em servir quem se encontra em
necessidade”.