2006-11-25 19:02:37

Conferência da ONU em Genebra sobre armas de efeitos indiscriminados: a decepção da Santa Sé manifestada na intervenção do Arcebispo Silvano Tomasi


(25/11/2006) A Santa Sé manifestou publicamente a sua decepção perante a falta de compromisso com que se encerrou a Conferência de Exame da Convenção sobre a proibição do emprego de certas armas convencionais que podem ser consideradas excessivamente daninhas ou que podem ter efeitos indiscriminados.
Ao intervir na conclusão do encontro, que se celebrou em Genebra de 7 a 17 de Novembro, o arcebispo Silvano Maria Tomasi, Observador Permanente da Santa Sé junto das Nações Unidas sublinhou as consequências humanitárias que terá esta incapacidade para tomar decisões.
«É deplorável que os Estados não tenham sido capazes de alcançar um acordo sobre um instrumento legalmente vinculante sobre minas diferentes às minas terrestres», afirmou o representante do Papa.
O prelado referia-se em particular às minas antiveículos, que são particularmente mortíferas nas operações humanitárias e após os conflitos armados. «O fracasso para conseguir este acordo provocou uma decepção real frente às expectativas de muitas pessoas que vêem como poderia ter-se oferecido uma boa e adequada resposta às preocupações humanitárias que propõem estas armas.» Por isso, a delegação vaticana considerou que «por agora, têm de ser tomadas medidas fortes e específicas em âmbito nacional por cada um dos Estados enquanto não se conseguir um consenso internacional». Mais de onze mil pessoas morreram no pós-guerra, em numerosos conflitos mundiais desde 1973 pela explosão de bombas cluster, ou de fragmentação, as mais mortíferas para civis juntamente com as minas terrestres.
Na Conferência, a Santa Sé apoiou as negociações que buscavam aprovar «um instrumento legalmente vinculante sobre as bombas cluster e mostrou-se favorável a uma moratória, enquanto não se alcançar esse objectivo, baseada na evidência dos desastres humanitários causados por estas armas, especialmente entre a população civil». As agências de ajuda humanitária explicaram na reunião que não basta exigir que sejam retiradas as bombas cluster, mas que devem ser proibidas. De facto, segundo estas organizações, há milhares de milhões de bombas cluster.







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