2006-11-24 09:17:01

VISITA DE BENTO XVI NO SITE DO PATRIARCADO DE CONSTANTINOPLA


Istambul, 23 nov (RV) - O Patriarcado Ecumênico Ortodoxo de Constantinopla lançou o site www.patriarchate.org para possibilitar o acompanhamento da visita do papa Bento XVI à sua sede que se encontra em Istambul, na Turquia. O site oferece ampla documentação sobre a história do Patriarcado Ecumênico, assim como sobre o atual ministério do patriarca.

O Patriarcado Ecumênico é o "primeiro entre iguais" nas Igrejas ortodoxas que cumpre a função de representá-las e promover o diálogo interno e externo. Por este motivo, este Patriarcado é considerado o centro espiritual dos cristãos ortodoxos, que são cerca de 300 milhões em todo o mundo.

O título de Patriarcado Ecumênico data do século VI. No ano de 330 o Imperador Constantino havia transferido a capital imperial à pequena cidade de Bizâncio, que logo tomou o nome de Constantinopla. Era considerada a "Nova Roma".

Por causa de sua importância política e histórica, a cidade adquiriu rapidamente proeminência política e eclesiástica e todos os grandes Concílios (sete) da primitiva Igreja se celebraram ou em Constantinopla ou perto dela.

Quanto à ordem entre os patriarcados ortodoxos, os mais antigos, segundo uma ordem estabelecida no século V, são Constantinopla, Alexandria, Antioquia e Jerusalém.

No século XVI, o Patriarca Ecumênico elevou a Igreja de Moscou ao status de Patriarcado, como havia ocorrido antes com a Igreja da Sérvia, no século XIV, e depois com as Igrejas da Romênia, no século XIX, e Bulgária, no XX.

O patriarca serve como ponto de referência e porta-voz da unidade da Igreja ortodoxa, convocando concílios interortodoxos, assim como diálogos intereclesiais e interconfessionais.

Entre suas prioridades pastorais, segundo explica o site, o patriarca ecumênico Bartolomeu I tem proporcionado apoio aos países que estiveram longo tempo sob opressão. Visitou países muçulmanos que anteriormente nunca haviam sido visitados por líderes cristãos de Igrejas, advogando pela tolerância religiosa. Ademais, impulsiona iniciativas pioneiras na preservação do meio ambiente, razão pela qual ganhou o título de "Patriarca Verde".

Bartolomeu I, de 66 anos, foi eleito Patriarca Ecumênico em outubro de 1991 e é o 270º arcebispo da sede histórica de Constantinopla, cujo nome atual é Istambul.

A última visita de um papa ao Patriarca foi a de João Paulo II, que, um ano depois de sua eleição como papa, em 1979, visitou o então patriarca Demetrios. A visita impulsionou o caminho do diálogo teológico oficial entre ortodoxos e católicos, inaugurado em 1980. Antes desta visita, o papa Paulo VI tinha visitado o patriarca Atenágoras em 1967.

A última vez que o Patriarca Ecumênico visitou o papa foi em novembro de 2004, quando Bartolomeu I viajou a Roma e o papa João Paulo II devolveu à Igreja Ortodoxa as relíquias de São Gregório o Teólogo e São João Crisóstomo, ambos seus antecessores no arcebispado de Constantinopla. Também participou do funeral de João Paulo II em 2005.

Geograficamente, a principal área de distribuição do Patriarcado se situa ao longo da costa noroeste mediterrânea, no leste e norte da Europa, assim como no Oriente Médio. Entretanto, a jurisdição do Patriarcado Ecumênico alcança o mundo todo.

Sobre a relação com a Igreja católica, o Patriarcado Ecumênico explica que, desde a época do patriarca ecumênico Atenágoras e de Paulo VI, as duas Igrejas assumiram um "diálogo de amor", que se ampliou a um "diálogo de verdade" desde 1980. Hoje, o diálogo internacional teológico discute áreas de acordo e divisão.

Sobre a origem da divisão entre as duas Igrejas, o Patriarcado recorda que a mesma se deu em 1054, conhecida como "o grande cisma", e "foi o resultado de um gradual distanciamento durante séculos por razões culturais, políticas e teológicas".

A respeito do doloroso ano de 1204, o Patriarcado recorda que a Quarta Cruzada saqueou Constantinopla "deixando cicatrizes indeléveis na memória dos cristãos orientais em relação à Igreja ocidental", embora recorde também que "num gesto gratuito de amor, o anterior papa João Paulo II pediu formalmente perdão por este saque". (JK)







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