NA ÁFRICA, PRESERVATIVO É O MAL MENOR, DIZ MISSIONÁRIO DO PIME
Iaundê, 24 nov (RV) - Enquanto a Igreja Católica se prepara para discutir o
uso de preservativos como forma de combate à infecção pelo vírus da Aids, um missionário
italiano na África entra no debate e faz pública a sua opinião:
"Em algumas
situações, o preservativo é certamente o mal menor. É o caso, por exemplo, de quando
um dos parceiros do casal está contagiado". O padre Rino Porcellato, missionário do
PIME (Pontifício Instituto das Missões Exteriores), vive há dez anos nos Camarões,
e comenta, no jornal "Il Messaggero", a possível abertura da Igreja ao uso de preservativos
entre cônjuges.
"Não deve ser aconselhado em todos os casos, como proteção
da infecção" _ diz padre Rino. "Poderia favorecer a irresponsabilidade dos comportamentos
sexuais. Nós tentamos formar as consciências, transmitir o valor, o significado do
ato sexual, como expressão do amor. Mas, em alguns casos, quando um dos dois cônjuges
é doente, o que fazer senão informar sobre a existência dos preservativos?"
"Na
África, a AIDS é um flagelo _ explica o missionário. Em Iaundê, capital dos Camarões,
11% da população é soropositiva; 50% das crianças conhece apenas a mãe, e muitas não
têm família. Nós _ concluiu o missionário _ não oferecemos apenas ajuda material;
organizamos também encontros para explicar às mães soropositivas o que devem fazer
para não transmitir a infecção aos filhos; promovemos conferências para dar informações
sobre a doença e sobre como evitar o contágio. (CM)