BISPOS AFRICANOS: "AMOR E VALORES" SÃO IMPRESCINDÍVEIS NO COMBATE À AIDS
Acra, 22 nov (RV) - "Estamos profundamente preocupados pela vastidão da difusão
da AIDS e do vírus HIV, pelas condições que permitem a sua propagação e pelas suas
conseqüências". É o que afirma o arcebispo de Abuja, Nigéria, e presidente do Encontro
das Conferências Episcopais da África e Madagascar (SECAM), dom John Olorunfemi Onaiyekan,
em uma mensagem por ocasião do Dia Mundial da AIDS, a transcorrer no próximo 1º de
dezembro.
O arcebispo recordou os dados divulgados ontem pela Organização das
Nações Unidas de luta à AIDS (UNAIDS), segundo o qual 24,5 milhões de pessoas da África
subsaariana são portadoras do vírus HIV. Quase todos os países do continente africano
possuem uma percentagem de infecção superior a 1%. A taxa de difusão da doença entre
a faixa dos 15 aos 49 anos é de 6,1%.
Dom Onaiyekan destaca que "apesar dos
esforços educativos, muitas pessoas permanecem ignorantes em relação ao problema,
ou mesmo negam a sua existência. Mesmo com a maior disponibilidade de tratamento,
cada vez mais pessoas morrem".
Diante desta situação dramática, o episcopado
africano pede a cada pessoa "para considerar as causas profundas da pandemia, que
não são somente médicas". Segundo os prelados "uma abordagem que leve em consideração
somente a saúde pública não é o suficiente. Já que a missão da Igreja se dirige à
inteira pessoa, em todas as suas dimensões, exortamos a todos a uma revitalização
dos fortes valores morais em nossa sociedade. Este é o caminho para uma verdadeira
e sustentável solução para a AIDS na África".
O presidente do SECAM afirma
que "as problemáticas sociais e o Evangelho são inseparáveis"."Os últimos pontífices
insistiram sobre este ponto pelo menos por 125 anos. Não é suficiente oferecer às
pessoas somente consciência, capacidade, habilidade, competência técnica e instrumentos.
Como recorda Bento XVI, é necessário, sobretudo, o cuidado amoroso".
O arcebispo
de Abuja mostrou-se agradecido pela atenção dispensada pela comunidade internacional
em relação à tragédia da AIDS no continente africano. Ele ressalta, entretanto, _
lembrando João Paulo II _ que "as promessas feitas aos pobres são débitos que devem
ser pagos, os compromissos assumidos devem ser honrados em um tempo aceitável".
Por
fim, o documento afirma que a Igreja reafirma seu compromisso de "educar e rezar,
sem trégua. Continuaremos a desafiar os nossos fiéis de todas as idades e de todas
as condições a exercitarem a sua responsabilidade pessoal e comunitária". (JK)