2006-11-23 10:11:11

BISPOS AFRICANOS: "AMOR E VALORES" SÃO IMPRESCINDÍVEIS NO COMBATE À AIDS


Acra, 22 nov (RV) - "Estamos profundamente preocupados pela vastidão da difusão da AIDS e do vírus HIV, pelas condições que permitem a sua propagação e pelas suas conseqüências". É o que afirma o arcebispo de Abuja, Nigéria, e presidente do Encontro das Conferências Episcopais da África e Madagascar (SECAM), dom John Olorunfemi Onaiyekan, em uma mensagem por ocasião do Dia Mundial da AIDS, a transcorrer no próximo 1º de dezembro.

O arcebispo recordou os dados divulgados ontem pela Organização das Nações Unidas de luta à AIDS (UNAIDS), segundo o qual 24,5 milhões de pessoas da África subsaariana são portadoras do vírus HIV. Quase todos os países do continente africano possuem uma percentagem de infecção superior a 1%. A taxa de difusão da doença entre a faixa dos 15 aos 49 anos é de 6,1%.

Dom Onaiyekan destaca que "apesar dos esforços educativos, muitas pessoas permanecem ignorantes em relação ao problema, ou mesmo negam a sua existência. Mesmo com a maior disponibilidade de tratamento, cada vez mais pessoas morrem".

Diante desta situação dramática, o episcopado africano pede a cada pessoa "para considerar as causas profundas da pandemia, que não são somente médicas". Segundo os prelados "uma abordagem que leve em consideração somente a saúde pública não é o suficiente. Já que a missão da Igreja se dirige à inteira pessoa, em todas as suas dimensões, exortamos a todos a uma revitalização dos fortes valores morais em nossa sociedade. Este é o caminho para uma verdadeira e sustentável solução para a AIDS na África".

O presidente do SECAM afirma que "as problemáticas sociais e o Evangelho são inseparáveis"."Os últimos pontífices insistiram sobre este ponto pelo menos por 125 anos. Não é suficiente oferecer às pessoas somente consciência, capacidade, habilidade, competência técnica e instrumentos. Como recorda Bento XVI, é necessário, sobretudo, o cuidado amoroso".

O arcebispo de Abuja mostrou-se agradecido pela atenção dispensada pela comunidade internacional em relação à tragédia da AIDS no continente africano. Ele ressalta, entretanto, _ lembrando João Paulo II _ que "as promessas feitas aos pobres são débitos que devem ser pagos, os compromissos assumidos devem ser honrados em um tempo aceitável".

Por fim, o documento afirma que a Igreja reafirma seu compromisso de "educar e rezar, sem trégua. Continuaremos a desafiar os nossos fiéis de todas as idades e de todas as condições a exercitarem a sua responsabilidade pessoal e comunitária". (JK)








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