2006-11-21 17:48:42

AMANHÃ, DIA DA VIDA RELIGIOSA DE CLAUSURA: O PAPA FALOU SOBRE OS MOSTEIROS DE VIDA CONTEMPLATIVA


Cidade do Vaticano, 20 nov (RV) - Os mosteiros de vida contemplativa, "aparentemente inúteis (…) fazem bem a todos, também (…) àqueles que ignoram a sua existência", e "são como oásis, onde o homem (…) pode ir melhor às fontes do Espírito e matar a sede ao longo do caminho" de uma vida muitas vezes de grande agitação.

Foi esta a mensagem do Papa no Angelus deste domingo, recordando que nesta terça-feira, 21 de novembro, na comemoração litúrgica da Apresentação de Nossa Senhora, a Igreja celebra também o Dia da vida de clausura. Mas o que responder a quem considera "inútil" a dimensão contemplativa?

Numa entrevista concedida à Rádio Vaticano, a irmã Giovanna Zoletto, do Mosteiro das Clarissas, em Veneza, nos ajuda a entender esta dimensão da vida cristã: "É como se faltassem as raízes para uma árvore. As raízes estão escondidas, mas são elas que dão alimento à planta para que se desenvolva, para que manifeste a beleza da criação. Tudo parte das raízes que estão sob a terra, não se vêem, porém, dali vem a linfa vital que dá vida."

Interrogada sobre como uma monja de clausura vive o seu dia-a-dia, irmã Giovanna, explica: "O nosso dia-a-dia se alterna entre oração, trabalho e vida fraterna. Agradecemos ao Senhor por todos os benefícios de cada dia. Elevamos a ele as súplicas que nos são feitas pelos irmãos que pedem a ajuda de nossa oração. Esse é um agradecimento ao Senhor por todos os benefícios que nos dá."

Irmã Giovanna Zoletto fala também sobre o significado do silêncio, tão característico da vida monástica: "O silêncio é, acima de tudo, uma busca de intimidade com o Senhor, um momento de deserto no qual a alma se coloca diante do Senhor, seu Criador. Assim brota, então, espontaneamente, o louvor, porque esquecendo de nós mesmos e olhando para o Senhor vemos tão somente que ele é amor e que a nossa vida vai às fontes verdadeiras da vida e do amor."

Bento XVI ressaltou muitas vezes a necessidade de cuidar da vida interior em meio a tanto ativismo que pode nos levar ao vazio. Irmã Giovanna nos explica como rezar apesar do barulho e do estresse diário. "Precisamos criar esses espaços nos quais nos colocamos em diálogo com o Senhor e pedimos sua ajuda, porque, como diz Jesus: 'sozinhos nada podeis, peçais, portanto, o dom do Espírito'. Então, quanto mais entramos nesse espaço, mais sentimos a necessidade. É como quando uma pessoa tem fome e busca o alimento; quando uma pessoa se encontra realmente em meio ao barulho deve buscar, como no caso da fome, essa necessidade de estar em silêncio, mesmo que seja por cinco minutos diários. Depois disso, será então mais fácil dedicar dez minutos; pouco a pouco isso irá se tornando bem natural." (RL)








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