BISPOS QUENIANOS PREOCUPADOS COM A VIOLÊNCIA NO PAÍS
Nairóbi, 20 nov (RV) - Os bispos do Quênia declaram-se "profundamente preocupados
e entristecidos com os recentes confrontos nas zonas rurais do país e com as violências
nas áreas urbanas". Em sua mensagem, divulgada integralmente no último dia 16 de novembro,
os bispos pedem a todos uma reflexão sobre as origens das violências.
"Notamos
que os chamados 'confrontos tribais' tiveram início nas mesmas áreas do país já envolvidas
nos confrontos de 1992. É uma coincidência? Como é possível que a população pareça
capaz de viver em paz por um longo período e depois, sem nenhum aviso prévio, eclode
a violência? Como é possível que os jovens desempregados das áreas urbanas _ particularmente
em Nairóbi _ pareçam assim facilmente coordenados e mobilizados para causar desordens?"
"As
diversas análises que recebemos das Comissões Justiça e Paz em todo o Quênia" _ prossegue
o comunicado _ "demonstram que a pobreza está na raiz da maior parte dos nossos problemas.
Vemos, de um lado, o enriquecimento escandaloso e sem escrúpulos de poucos e, de outro,
o empobrecimento da maior parte da população.
Quando acrescentamos a esta disparidade
o problema irresoluto da terra, as intervenções oportunistas e irresponsáveis de diversos
líderes e a falta de ação das "forças da lei e da ordem", somos impulsionados a apelar
a todos os quenianos para que se detenham, reflitam e invertam a situação antes que
seja tarde demais".
Os bispos apresentam algumas propostas para ajudar a restabelecer
a paz na nação: Os políticos e os chefes locais devem evitar frases que incitem ao
ódio e adotar, ao invés, uma linguagem marcada pelo respeito da vida, pela reconciliação
e pela construção da unidade; "a resolução dos problemas através do diálogo; o governo
deve resolver rapidamente os problemas relativos à posse da terra; os policiais são
chamados "a agir com rapidez, mas de maneira responsável, nas situações de violência.
"Por
fim, os bispos pedem a todos os membros da Igreja católica e a todas as pessoas de
boa vontade, que se esforcem totalmente para construir uma sociedade queniana fundada
sobre os princípios da justiça e da igualdade, e não sobre a base dos grupos étnicos.
(SP)