Sudão deverá aceitar forças da ONU na região de Darfur
(18/11/2006) O Sudão concordou, em princípio, com o envio de uma força de paz internacional
conjunta, composta por soldados das Nações Unidas e da União Africana (UA), para a
região de Darfur, segundo o secretário-geral da ONU, Kofi Annan. A decisão resultou
da reunião que decorreu em Adis Abeba, Etiópia, e na qual participaram autoridades
africanas, europeias, chinesas, russas e norte-americanas e que visa controlar o drama
da região sudanesa onde, nos últimos três anos e meio, morreram mais de 200 mil pessoas. Apesar
do optimismo do secretário-geral da ONU e do próprio George W. Bush, o presidente
sudanês, Omar al-Bashir, terá apenas indicado em conversas particulares que poderia
aceitar as propostas e que até agora foram sempre rejeitadas. O próprio Kofi Annan
moderou as esperanças dizendo que, antes de novos desenvolvimentos, o Governo sudanês
quer saber com exactidão o tamanho da força. De modo a não hostilizar o Sudão,
Annan defende que é prioriário reforçar o actual contingente da UA, que tem poucos
recursos, fornecendo mais dinheiro, soldados e equipamentos. Só depois disso, esclarece
o secretário-geral, a ONU deverá enviar as suas forças para ajudar os sete mil soldados
da União Africana que já estão no Sudão. Apenas numa terceira fase se procederá à
criação da força de paz internacional conjunta, ONU/UA. De acordo com os jornalistas
no local, o Governo do Sudão poderá aumentar as suas exigências, devendo uma delas
ser que o controlo das forças conjuntas não seja da ONU. O Conselho de Segurança aprovou
uma resolução que autoriza o alargamento da missão da ONU no Sudão para enviar 27
mil soldados com o objectivo de assumirem o comando da força de paz de sete mil, que
a União Africana tem no terreno e cujo mandato expira no final do ano.