2006-11-18 19:18:54

BENTO XVI AOS BISPOS ALEMÃES: RESPLANDEÇA NA IGREJA E NO ECUMENISMO A VERDADE DA FÉ


Cidade do Vaticano, 18 nov (RV) - Relançar o anúncio da fé cristã aos jovens de hoje, impregnados de uma cultura secularizada e muitas vezes incapazes de formar famílias sólidas. Promover obras eclesiais orientadas para a "verdade da fé" e não para outras finalidades. Favorecer um ecumenismo feito não tanto de documentos em comum, mas de testemunho comum e convincente. Foram os pontos fundamentais que Bento XVI desenvolveu no discurso feito esta manhã ao segundo grupo de bispos alemães em visita 'ad limina'.

Foi um discurso construído sobre quatro pontos e numerosas indicações práticas. O Santo Padre disse que a sociedade alemã sofre, como muitas, no Ocidente, os efeitos de um impressionante vazio espiritual. Os primeiros a sofrerem a sua influência são os jovens _ observou o Papa _ que recebem uma "cultura secularizada" e "totalmente orientada para as coisas materiais".

Desta observação, o Santo Padre fez a primeira de suas análises, relacionada justamente "ao anúncio da fé aos jovens do nosso tempo". Os Dias Mundiais da Juventude demonstraram que os jovens têm "expectativa e disponibilidade para Deus e o Evangelho", portanto, a "resposta a essa expectativa deve ser multiforme".

Para as crianças e os jovens, por exemplo, o serviço ao altar como acólitos, pode levá-los a um primeiro contato com "a palavra de Deus, com a vida íntima da Igreja". E também o "trabalho com os coros" _ acrescentou Bento XVI _ pode levar os jovens à "educação para o belo" e à "alegria de participar da missa".

Nesta perspectiva, o Papa convidou bispos e párocos a "irem ao encontro dos movimentos eclesiais com muito amor", porque neles, jovens e adultos, "experimentam um modelo de vida de fé como oportunidade para a vida de hoje".

A nova evangelização dos jovens se liga estritamente a outro tema caro a Bento XVI: o "matrimônio e família". O jovem descristianizado é uma pessoa que perdeu ou não conheceu "a ordem do matrimônio como foi estabelecida pelo Criador".

Portanto _ observou o Papa _, considerando poder-se "definir por conta própria em virtude de uma liberdade vazia", a própria existência dos jovens, bem como a existência social, vacilam e nesse clima "torna-se difícil para os jovens comprometer-se definitivamente", ou "aceitar filhos e dar-lhes aquele espaço duradouro de crescimento e de maturação que pode se dar somente na família fundada no matrimônio".

Vice-versa, ressaltou o pontífice, os jovens casais devem ser ajudados "a dizer o 'sim' definitivo", que não é contrário à liberdade, mas representa a sua maior oportunidade.

Outro capítulo importante disse respeito ao ecumenismo, sobre o qual justamente ontem, sexta-feira, Bento XVI teve oportunidade de refletir. "Todas as louváveis iniciativas sobre o caminho rumo à plena unidade de todos os cristãos _ observou _ encontram na oração comum e na reflexão sobre as Sagradas Escrituras um terreno fértil sobre o qual pode crescer e amadurecer a comunhão."

Se a geografia espiritual da Alemanha impele a um diálogo mais estreito com luteranos e reformados, em todo caso _ precisou Bento _, "o mundo tem o direito de esperar de todos os cristãos uma profissão unívoca de fé em Jesus Cristo, o redentor da humanidade".

Isso quer dizer _ prosseguiu_ que o compromisso ecumênico "não pode exaurir-se em documentos conjuntos", mas se torna "visível e eficaz onde os cristãos de diversas Igrejas e comunidades eclesiais, num contexto social cada vez mais alheio à religião, professam juntos e de modo convincente os valores transmitidos pela fé cristã e os evidenciam com força no seu agir político e social".

Em seguida, Bento XVI dirigiu amplamente a sua atenção para as "obras caritativas eclesiais". A Igreja _ havia notado no início de seu discurso _, "para se fiel ao Senhor e, portanto, a si mesma", deve ser "continuamente renovada".

Entretanto, toda "reforma eclesial nasce do compromisso sério a alcançar um conhecimento mais profundo da verdade da fé católica", do contrário, corre-se o risco de cair num inútil "ativismo exterior". Eis, portanto, que, no momento no qual a Igreja planeja a sua atividade pastoral, os responsáveis devem perguntar-se _ afirmou o Papa _ se as obras são "essenciais" e, sobretudo, se os programas respondem ao "critério da verdade da fé", a um transparente "dever da caridade" no estilo de São Paulo.

"É importante dar atenção _ advertiu o Santo Padre _ que não caiam em dependências políticas, mas que sirvam unicamente à sua tarefa de justiça e de amor." Ademais, a elaboração de tais projetos não deve ser confiada a "frios planejadores", mas a sacerdotes e colaboradores adequadamente preparados e que "se distingam pelo 'zelo pelas almas'". Os leigos, por sua vez, encontrem _ da sociedade à mídia, da catequese aos serviços sociais _ o seu primeiro campo de apostolado, definido por Bento XVI como "urgentemente necessário". (RL)








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