SANTA SÉ NA ONU: PREMENTE APELO PELO FIM DO CONFLITO PALESTINO-ISRAELENSE
Genebra, 16 nov (RV) - "O conflito israelense-palestino se tornou uma espiral
de violência" que "não leva a nenhum lugar" e que por isso deve ser rompido o mais
rápido possível. Foi este o veemente apelo do observador permanente da Santa Sé no
escritório da ONU, em Genebra, arcebispo Silvano Maria Tomasi, que ontem, quarta-feira,
fez um pronunciamento na terceira sessão especial do Conselho dos Direitos Humanos.
O prelado fez votos de um maior compromisso da comunidade internacional pela solução
da crise no Oriente Médio, a partir dos Estados chave da região.
Para resolver
a crise palestino-israelense, dom Tomasi indicou dois passos necessários. Em primeiro
lugar _ afirmou _ "os dois povos envolvidos devem reconhecer reciprocamente a própria
humanidade e igualdade e daí iniciar um processo mútuo de reconhecimento baseado na
justiça e no respeito pelos direitos humanos fundamentais internacionais e pelo direito
humanitário".
Passo seguinte, a comunidade internacional tem "a responsabilidade
moral de promover uma mentalidade de paz, colaborando mediante medidas práticas para
a eliminação das profundas raízes culturais, sociais e econômicas da violência".
As
partes em conflito _ foi a sua exortação _ devem ser ajudadas a "perseguir uma frutuosa
colaboração". Uma responsabilidade _ disse ele _ que se deve ter em primeiro lugar
pelos civis, mulheres e crianças, vítimas da violência e "pelos jovens militares cujas
vidas foram atingidas com os seus sonhos ainda irrealizados".
"A violência
_ reafirmou dom Tomasi _ não compensa e gera novos sofrimentos." O respeito pelos
direitos humanos, a partir da vida _ ressaltou _ "não é uma consideração abstrata,
mas uma postura que paga um rico dividendo em suas conseqüências políticas e torna
possível o proveito dos frutos da paz".
A Santa Sé _ explicou o prelado _ considera
o conflito palestino-israelense "a maior fonte de instabilidade no Oriente Médio.
Por outro lado, essa instabilidade "agrava a condição da população da Palestina e
de Israel e torna ainda mais difícil alcançar o objetivo da paz".
Por isso
_ foi a sua exortação _, os Estados devem comprometer-se na busca de uma solução "honrosa
ao conflito, prestando assim um importante serviço a toda a humanidade". Agindo desse
modo, se demonstrará "mais uma vez que o respeito pelos direitos humanos favorece
a paz e a paz mantém" os direitos humanos.
O prelado deteve-se também sobre
os desafios que o Conselho para os Direitos Humanos da ONU deve afrontar. "As persistentes
violações dos direitos humanos em muitas áreas do mundo" nem "sempre foram afrontadas
com honestidade e coerência" por causa de "míopes interesses políticos e econômicos".
Em
seguida, dom Tomasi ressaltou que um Conselho que "não contribui para mudar a qualidade
de vida das pessoas" corre o risco "de perder a sua credibilidade".
Para a
Santa Sé _ afirmou _ é então necessária a adoção de "um método corajoso de verdadeiro
diálogo que coloque à mesa os verdadeiros problemas, trabalhando por uma real solução,
prescindindo dos pontos de vista".
Dom Tomasi concluiu o seu discurso citando
as palavras de Bento XVI, pronunciadas no Angelus de domingo, 5 deste mês: "Deus onipotente
e misericordioso ilumine as autoridades israelenses e palestinas, assim como as das
nações que têm uma particular responsabilidade na região, a fim de que se comprometam
para fazer cessar o derramamento de sangue, multiplicar as iniciativas de socorro
humanitário e favorecer a retomada imediata de uma negociação direta, séria e concreta".
(RL)