"LAOCOONTE" ENCERRA COMEMORAÇÕES DOS 500 ANOS DOS MUSEUS VATICANOS
Cidade do Vaticano, 16 nov (RV) - Os Museus Vaticanos encerram em grande estilo
as celebrações do quinto centenário de sua fundação. O "Laocoonte", uma das esculturas
mais famosas da história, comprada pelo Papa Júlio II em 1506, é motivo de uma exposição
apresentada nesta quinta-feira.
O diretor dos Museus Vaticanos, Francesco Buranelli,
explicou na apresentação da mostra que "a exposição quer celebrar não somente a descoberta
da escultura, mas também o significado desta obra para a arte moderna e contemporânea".
A
escultura foi encontrada em 14 de janeiro de 1506 em um vinhedo de Roma e foi identificada
como a obra mencionada por Plínio, "o Velho", em sua "História Natural", uma espécie
de enciclopédia sobre os conhecimentos científicos do mundo antigo em matérias como
geografia, medicina, história da arte e cosmologia, entre outras. Segundo Plínio,
o "Laocoonte", que mede 2,42 metros, foi esculpido em uma única peça de mármore pelos
escultores gregos Atanodoro, Hagesandro e Polidoro de Rodas. A obra pertenceu ao imperador
Tito.
A obra representa a morte do sacerdote troiano Laocoonte e de seus filhos,
como castigo divino por oporem-se à entrada na cidade de Tróia do cavalo de madeira
oferecido pelos inimigos gregos, o que representou a ruína da cidade.
Laocoonte,
suspeitando que no interior do cavalo poderiam esconder-se soldados gregos, como de
fato ocorreu, tentou queimá-lo. Neste instante, gigantescas serpentes marinhas enviadas
pelos deuses apareceram, enroscando-se nos seus filhos até triturá-los. Laocooente,
ao tentar salvá-los, teve o mesmo destino.
Após ter sido encontrada no vinhedo
romano, a obra foi adquirida por Júlio II para criar nos palácios papais um "pátio
das estátuas". Este espaço acabou se tornando um dos núcleos mais importantes de escultura
antiga, de onde tiveram origem os Museus Vaticanos.
Desde o seu descobrimento,
"Laocoonte" se converteu em uma das obras mais estudadas, copiadas e reproduzidas
da História. Inspirou artistas como Peter Paul Rubens, Gian Lorenzo Bernini e Salvador
Dali, entre outros. Os críticos de arte consideram que a estátua é uma representação
da impotência e da dor.
A exposição está dividida em cinco sessões, centradas
na fama que envolve a escultura. Inclui estudos e obras provenientes da Biblioteca
Apostólica Vaticana, do Arquivo Secreto Vaticano e de importantes coleções privadas
e museus como o Louvre de Paris, o Castelo de Windsor, entre outros.
A exposição
estará aberta ao público a partir do próximo sábado, 18 de novembro, até 28 de fevereiro
de 2007.(JK)