2006-11-17 09:53:22

"LAOCOONTE" ENCERRA COMEMORAÇÕES DOS 500 ANOS DOS MUSEUS VATICANOS


Cidade do Vaticano, 16 nov (RV) - Os Museus Vaticanos encerram em grande estilo as celebrações do quinto centenário de sua fundação. O "Laocoonte", uma das esculturas mais famosas da história, comprada pelo Papa Júlio II em 1506, é motivo de uma exposição apresentada nesta quinta-feira.

O diretor dos Museus Vaticanos, Francesco Buranelli, explicou na apresentação da mostra que "a exposição quer celebrar não somente a descoberta da escultura, mas também o significado desta obra para a arte moderna e contemporânea".

A escultura foi encontrada em 14 de janeiro de 1506 em um vinhedo de Roma e foi identificada como a obra mencionada por Plínio, "o Velho", em sua "História Natural", uma espécie de enciclopédia sobre os conhecimentos científicos do mundo antigo em matérias como geografia, medicina, história da arte e cosmologia, entre outras.
Segundo Plínio, o "Laocoonte", que mede 2,42 metros, foi esculpido em uma única peça de mármore pelos escultores gregos Atanodoro, Hagesandro e Polidoro de Rodas. A obra pertenceu ao imperador Tito.

A obra representa a morte do sacerdote troiano Laocoonte e de seus filhos, como castigo divino por oporem-se à entrada na cidade de Tróia do cavalo de madeira oferecido pelos inimigos gregos, o que representou a ruína da cidade.

Laocoonte, suspeitando que no interior do cavalo poderiam esconder-se soldados gregos, como de fato ocorreu, tentou queimá-lo. Neste instante, gigantescas serpentes marinhas enviadas pelos deuses apareceram, enroscando-se nos seus filhos até triturá-los. Laocooente, ao tentar salvá-los, teve o mesmo destino.

Após ter sido encontrada no vinhedo romano, a obra foi adquirida por Júlio II para criar nos palácios papais um "pátio das estátuas". Este espaço acabou se tornando um dos núcleos mais importantes de escultura antiga, de onde tiveram origem os Museus Vaticanos.

Desde o seu descobrimento, "Laocoonte" se converteu em uma das obras mais estudadas, copiadas e reproduzidas da História. Inspirou artistas como Peter Paul Rubens, Gian Lorenzo Bernini e Salvador Dali, entre outros. Os críticos de arte consideram que a estátua é uma representação da impotência e da dor.

A exposição está dividida em cinco sessões, centradas na fama que envolve a escultura. Inclui estudos e obras provenientes da Biblioteca Apostólica Vaticana, do Arquivo Secreto Vaticano e de importantes coleções privadas e museus como o Louvre de Paris, o Castelo de Windsor, entre outros.

A exposição estará aberta ao público a partir do próximo sábado, 18 de novembro, até 28 de fevereiro de 2007.(JK)








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