Diálogo urgente perante uma sociedade secularizada:"o amor acompanhado por gestos
coerentes cria confiança, abre os olhos e os corações". Bento XVI aos participantes
na Assembleia Plenaria do Conselho Pontificio para a Unidade dos Cristãos.
(17/11/2006) “Vivemos um período de transformação em quase todos os sectores da vida.
Não é de estranhar que isso afecte também a vida da Igreja e o relacionamento dos
cristãos” afirmou Bento XVI esta manhã, ao receber o Cardeal Walter Kasper e os participantes
na Assembleia Plenária do Conselho Pontifício para a promoção da unidade dos cristãos
cujo tema foi “O Ecumenismo numa situação de transformação”. “Perante a mudança
de situação, de sensibilidades e de problemática, o objectivo do ecumenismo mantém-se
inalterável: a unidade visível da Igreja” afirmou o Papa recordando que uma das principais
intenções do Segundo Concílio do Vaticano é precisamente “o restabelecimento pleno
da unidade entre todos os cristãos”, sublinhando também ser esta a sua intenção. Para
Bento XVI “desde o Concílio aos dias de hoje, muitos passos foram dados para a plena
comunhão. A fraternidade é descoberta como condição de diálogo, de cooperação, de
oração comum e de solidariedade”. O Para refere que a sua próxima visita a “Sua
Santidade Bartolomeu I será um estímulo para o restabelecimento da plena comunhão”,
manifestando que ainda há um longo caminho a fazer e que a avançada secularização
“sobretudo do mundo ocidental” pede uma colaboração particularmente urgente. Existem
já vários diálogos bilaterais que “registam um progresso na consciência recíproca,
na convergência mas dá conta de “importantes problemáticas” como a dificuldade de
encontrar uma concepção comum sobre o Evangelho e sobre a Igreja, assim como diferentes
posições no “campo ético” sobre problemas actuais. Bento XVI deseja “um diálogo profundo
sobre a antropologia cristã”. O Papa considera que será a partir da fé cristã e
do anúncio do amor de Jesus que se chegará ao ecumenismo. “O amor acompanhado
por gestos coerentes cria confiança, faz abrir os corações e os olhos. O diálogo da
caridade por sua natureza promove e ilumina o dialogo da verdade; de facto – disse
o papa – é na verdade plena que se verificará o encontro definitivo ao qual conduz
o Espírito de Cristo. Não são certamente o relativismo ou o fácil e falso irenismo
que resolvem a procura ecuménica. Portanto deve ser intensificada a formação ecuménica
partindo dos fundamentos da fé cristã, isto é do anuncio do amor de Deus que se revelou
no rosto de Jesus Cristo e ao mesmo tempo em Cristo desvelou o homem ao homem e lhe
fez compreender a sua altíssima vocação" Bento XVI finaliza sublinhando a importância
do ecumenismo espiritual “através da oração, da caridade, da conversão dos corações
para um renovamento pessoal e comunitário