Washington, 15 nov (RV) - A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH)
da Organização dos Estados Americanos (OEA) expressou nesta quarta-feira sua preocupação
pela "grave situação de violência e discriminação" que sofrem as mulheres na América.
O comunicado destaca os obstáculos encontrados por elas no acesso à justiça.
A
Comissão Interamericana informou ter constatado "a prevalência alarmante e persistente
de distintas formas de discriminação e de violência física, psicológica e sexual contra
mulheres de diferentes raças, etnias, idades e condições sócio-econômicas". A Comissão
examinou este problema durante seu 126º período de sessões, encerrado em 27 de outubro.
A comissão concluiu que a situação anômala vivida pelas mulheres é devida, principalmente,
às dificuldades que encontram em acessar recursos judiciais que poderiam remediar
a violência sofrida.
Esta dificuldade, não somente propicia uma sensação de
insegurança, indefesa e desconfiança na administração de justiça por parte das vítimas,
mas gera um contexto de impunidade que perpetua a violência contra elas _ destacou
a CIDH. Apesar dos esforços dos governos, persiste uma enorme distância entre a disponibilidade
de certos recursos e a sua aplicação efetiva.
A Comissão trabalha na elaboração
de informativos sobre a situação dos direitos das mulheres, que serão publicados brevemente.
Um dos informes deve conter recomendações específicas aos Estados para que adotem
políticas públicas que possibilitem às mulheres melhor acesso à justiça.
Um
segundo informe deve analisar o impacto do conflito armado nas mulheres colombianas
e como os promotores do conflito empregam diversas formas de violência física, psicológica
e sexual, com o objetivo de "lesionar o inimigo".
A CIDH disse que no seu último
período de sessões efetuou um "número recorde" de audiências sobre a violência contra
as mulheres na República Dominicana e Ciudad Juarez (Chihuahua, México), além de indígenas
e encarceradas na Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai.
Por fim, a
CIDH Avisou que acompanhará a evolução dos direitos das mulheres na região e a aplicação
de medidas adotadas pelos Estados para garantir seus direitos no continente americano.
(JK)