Cidade do Vaticano, 16 nov (RV) - O cardeal José Saraiva Martins, prefeito
da Congregação para as Causas dos Santos, leu o Decreto que reconhece o heroísmo da
vida e das virtudes de Margarida Occhiena, mãe de São João Bosco, assim como a fama
de sua santidade. A cerimônia aconteceu ontem, na Capela da Comunidade Salesiana da
Cidade do Vaticano.
Em 23 de outubro passado, a Congregação para as Causas
dos Santos, por uma proposta do Papa Bento XVI, havia promulgado o Decreto.
Ao
final da breve cerimônia, o reitor-mor dos Salesianos, padre Pascual Chávez, disse
que este "é um acontecimento muito esperado desde há muito tempo por todos os salesianos
e para o qual nos preparamos com muitas iniciativas em honra da mãe de dom Bosco.
Nós nos encomendamos a ela para interceder por toda a Família Salesiana e pela Congregação,
que se prepara para celebrar-se o XXVI Capítulo Geral no ano 2008".
Margarida
Occhiena nasceu em 10 de abril de 1788, em Capriglio, na região do Piemonte, Província
de Asti. Viveu em sua casa até unir-se em matrimônio com Francisco Bosco. Depois da
morte prematura de seu marido, Margarida, aos 29 anos, teve de cuidar da sua família,
sozinha, em um tempo de muita fome.
Durante dez anos, mãe e filho uniram suas
vidas com os inícios do trabalho salesiano. Ela foi a primeira e principal cooperadora
de Dom Bosco e, com sua amabilidade, contribuiu com sua presença maternal ao sistema
preventivo. Foi assim que, mesmo sem saber, chegou a ser a "co-fundadora" da Família
Salesiana, capaz de formar tantos santos, como Domingos Sávio e o padre Miguel Rua.
Margarida
Occhiena era analfabeta, mas estava cheia daquela sabedoria que vem do alto, ajudando,
deste modo, a tantas crianças de rua, filhos de ninguém. "Para ela, Deus era o primeiro,
e assim consumiu sua vida no serviço de Deus, na pobreza, na oração e no sacrifício"
_ explica uma biografia distribuída pela Família Salesiana.
"Mamãe Margarida"
_ como a chamam os salesianos _ morreu aos 68 anos de idade, em Turim, no dia 25 de
novembro. Uma multidão de rapazes, que choravam por ela como por uma mãe, acompanhou
seus restos mortais ao cemitério. (CE)