2006-11-16 19:09:36

IMPRENSA NACIONALISTA CRITICA PATRIARCADO TURCO


Ancara, 16 nov (RV) - Continuam na Turquia as manifestações de grupos nacionalistas contrários à visita de Bento XVI, marcada para os dias 28 de novembro a 1º de dezembro. Agora é a vez de uma foto, em circulação na Internet, que retrata o pontífice ao lado do patriarca Bartolomeu I, com a legenda: "a aliança entre dois cristãos para agredir o Islã".

A foto foi também publicada na primeira página do jornal de matriz nacionalista Tercuman, com a manchete "Eis a ousadia do patriarca". O artigo prossegue afirmando que o patriarca permitiu que o Hotel Hilton "se transformasse numa igreja para os jornalistas que vão cobrir a viagem". O patriarca ortodoxo é acusado de "sede de poder", já que "pela segunda vez, passa por cima do Estado turco, ditando regras sobre o convite ao papa e o programa da visita". Realmente, foi o próprio Bartolomeu, dois anos atrás, quem convidou pessoalmente o papa para o dia de Santo André, comemorado em 30 de novembro. Na época, o Estado turco não oficializou o convite, fazendo-o somente este ano.

O jornal acusa o patriarca de querer criar 'um Estado dentro do Estado', e o que é mais grave, de ter concedido a exclusividade das imagens televisivas ao patriarcado (e conseqüentemente, aos canais gregos). Além disso, todas as linhas telefônicas e de Internet vão depender do patriarcado, e não do Estado turco. Com esta medida, a BYEGM (Direção nacional para a Informação, imprensa, rádio e TV turcas) fica excluída da cobertura, sem algum poder de opinião ou decisão. Ou seja, a mídia turca terá que ser credenciada e pedir autorização ao patriarcado para usar os meios à disposição da sala de imprensa, instalada também no Hotel Hilton.

O que se diz em Roma, ao contrário, é que foi a TV turca que decidiu não transmitir ao vivo os eventos da visita, abrindo espaço para os outros canais. A mesma coisa teria acontecido com a sala de imprensa, em Istambul: as autoridades turcas não se organizaram para sua instalação, e o patriarcado teve que tomar a iniciativa.

Depois das polêmicas e interpretações do discurso de Bento XVI em Regensburgo, o clima estava aparentemente mais calmo. Muitos jornais moderados tendem a tranqüilizar a população, explicando que a segurança do papa será garantida com a mobilização da polícia e das forças da ordem. (CM)








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