CATÓLICOS DA BÓSNIA-HERZEGÓVINA ESTÃO DESESPERADOS
Sarajevo, 16 nov (RV) - Segundo o padre Mijo Dzolan, superior provincial dos
franciscanos na Bósnia-Herzegóvina, após o fracasso das conversas para emendar a Constituição
do pós-guerra dos anos noventa, diminuíram as esperanças de pôr fim ao êxodo de católicos
do país.
"Nada mudou para melhor para a Igreja. Os católicos continuam sendo
discriminados pela Constituição de Daytona, o acordo de paz nos Bálcãs alcançado em
1995" _ afirmou o sacerdote em sua recente visita ao visitar à sede de Ajuda à Igreja
que Sofre.
As conversações mantidas este ano com o objetivo de dar uma pausa
aos católicos mediante a alteração da Constituição fracassaram. "No âmbito político,
continua existindo a divisão: alguns pressionam para que se faça uma mudança, enquanto
outros simplesmente não o consideram essencial" _ revelou o padre Dzolan.
O
sacerdote acrescentou que enquanto não se mudar a Constituição, será difícil vislumbrar
o fim da crise que impulsionou mais da metade dos católicos da Bósnia-Herzegóvina
a imigrar do país desde a guerra dos Bálcãs.
O padre disse que o desespero
dos católicos estava muito afastado do entusiasmo que sentiram após o Acordo de Daytona,
e prosseguiu: "Em dez anos, não se registrou nenhuma mudança. As pessoas perderam
dinamismo, estão cansadas e já não têm esperanças. Nestes momentos, o assunto mais
importante para a Igreja é ver como ajudar nossos irmãos e irmãs a viver com esperança"
_ disse.
O provincial dos franciscanos na Bósnia-Herzegóvina pediu ajuda material,
mas também ações concretas para assegurar um futuro melhor aos católicos do país:
"O Papa Bento XVI falou de justiça e reciprocidade. A Igreja deve denunciar os casos
nos quais os direitos humanos fundamentais são ignorados". (CE)