2006-11-15 09:54:32

MUÇULMANO ELOGIA SEDE DE CONHECIMENTO DO PAPA SOBRE ISLÃ


Paris, 14 nov (RV) - "Bento XVI não é um especialista no Islã, mas manifesta uma sede verdadeira de compreender a religião islâmica e manter um diálogo sincero com seus seguidores" _ ressaltou o filósofo muçulmano Mustapha Cherif, nessa última segunda-feira, em Paris.

Bento XVI e Cherif se encontraram no último sábado, no Vaticano. Cherif é o primeiro intelectual muçulmano a ser recebido por Bento XVI, desde que foi eleito Papa, em abril de 2005.

"Apesar de vários cristãos terem escrito livros importantes a respeito do Islamismo, nada poderá substituir uma conversa sobre religião com um muçulmano crente _ ressaltou Mustapha. O Papa precisava de alguém que lhe explicasse, com respeito, a religião islâmica. E foi isso que eu fiz" _ afirmou o filósofo.

Cherif disse ter contado a Bento XVI que o termo 'Jihad', traduzido no Ocidente como 'guerra santa', era na verdade uma referência à guerra justa com regras para o combate e esforços para proteger os não-combatentes. "Essa jihad é a guerra justa segundo descrita por Santo Agostinho. Bento XVI ficou surpreso com essa informação" _ ressaltou Cherif.

Durante a conversa, Cherif refutou a noção de que o Islamismo tinha se espalhado com a força das armas e que não valoriza a razão.

Observando que o Papa tinha lamentado o fato de ter dado a impressão de que havia criticado o Islã, Cherif afirmou: "Tudo o que queremos é que ele compreenda e não repita mais o que disse. Eu deixo a polêmica aos polemistas e aceito a prontidão de Bento XVI para o diálogo. A maior parte dos muçulmanos deseja manter um diálogo respeitoso e rejeita os estigmas".

Segundo Cherif, o diálogo ajudará cristãos e muçulmanos a olharem para além dos recentes episódios de tensão, a fim de perceberem que são aliados na luta contra a diminuição da fé e a expansão do ódio religioso.

A falta de compreensão e o ódio aumentaram nos 15 anos depois da primeira Guerra do Golfo. "Não devemos permitir que esses 15 anos nos façam esquecer os 15 séculos de história em comum que temos". (MJ)








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