2006-11-15 19:19:18

AUDIÊNCIA GERAL: BENTO XVI FALA DO APÓSTOLO PAULO E DO ESPÍRITO SANTO


Cidade do Vaticano, 15 nov (RV) – Bento XVI presidiu na manhã de hoje a Audiência Geral na Praça São Pedro na presença de milhares de fiéis e peregrinos do mundo todo. O papa voltou a dedicar sua catequese aos ensinamentos e ao pensamento de São Paulo. O papa referiu-se ao Apóstolo como "um gigante do apostolado e da doutrina teológica, extraordinariamente profunda e estimulante". Depois de ter falado semana passada sobre os textos paulinos referentes a Jesus, hoje o Santo Padre centrou sua reflexão sobre a presença do Espírito Santo em nós. O Espírito Santo age na vida de todo cristão, marcando a sua identidade. Que ele oriente a nossa vida para a alegria, a comunhão e a esperança.

Graças ao Espírito Santo, o cristão possui "uma interioridade rica e profunda" _ afirmou o papa _ que nos coloca numa "relação de filiação com Deus".

O Papa frisou que essa relação filial é "a nossa grande dignidade". De fato, não somos somente "imagem, mas filhos de Deus". Assim recordou que São Paulo mostra não somente a dimensão dinâmica do Espírito, mas também a sua presença na vida do cristão. Presença que caracteriza a sua identidade.

"Paulo reflete sobre o Espírito expondo a sua influência não somente sobre a práxis do cristão, mas também sobre o seu ser. De fato, é Paulo quem afirma que o Espírito de Deus habita em nós e que 'Deus enviou o Espírito de seu Filho aos nossos corações'. Portanto, para Paulo, o Espírito nos caracteriza desde a nossa mais íntima profundeza pessoal."

Os Atos dos Apóstolos _ frisou o Papa _ contam as missões dos apóstolos no mundo e, sobretudo, as três viagens missionárias feitas por São Paulo. É justamente o Apóstolo Paulo _ disse ele _ que nos mostra a força do Espírito Santo que nos impele a testemunhar a fé em Cristo. "O Espírito de Pentecostes traz consigo um impulso vigoroso para assumir o compromisso da missão e testemunhar o Evangelho pelas estradas do mundo."

Disse ainda o Santo Padre: "São Paulo indica a ligação do Espírito Santo com o amor. O amor é justamente o primeiro fruto do Espírito, um amor que une". Por outro lado _ indicou Bento XVI _ "pertence à especificidade da vida cristã uma original partilha deste Espírito por parte do Senhor ressuscitado, que se tornou Ele mesmo Espírito vivificante".

O Espírito Santo _ reforçou o Papa _ é, sobretudo, "criador de comunhão dentro da comunidade cristã". Citando depois Santo Agostinho, Bento XVI afirmou que se vemos a Caridade, vemos também a Trindade. "Por outro lado, porém _ advertiu ele _, é também verdade que o Espírito nos estimula a tecer relações de caridade com todos os homens, de modo que, quando nós amamos damos espaço ao Espírito, lhe permitimos expressar-se plenamente." O santo Padre exortou os fiéis a seguirem o exemplo de São Paulo.

"Aprendemos, portanto, de Paulo, que a ação do Espírito orienta a nossa vida aos grandes valores do amor, da alegria, da comunhão e da esperança. Cabe a nós fazer a cada dia essa experiência ouvindo as moções interiores do Espírito, ajudados no discernimento pela iluminadora intercessão do Apóstolo."

Em seguida, o Santo Padre recordou que São Paulo nos mostra que "não existe verdadeira oração sem a presença do Espírito em nós". Evidenciou desse modo que "o Espírito Santo, isto é, o Espírito do Pai e do Filho" é "como a alma da nossa alma, a parte mais secreta do nosso ser, de onde sobe incessantemente a Deus uma oração, da qual não podemos nem mesmo precisar os termos".

"De fato, o Espírito, sempre vigilante em nós, cura as nossas carências e oferece ao Pai a nossa adoração, junto com as nossas aspirações mais profundas. Naturalmente isso requer um nível de grande comunhão vital com o Espírito. É um convite a ser sempre mais sensíveis, mais atentos a essa presença do Espírito em nós, a transformá-la em oração, a sentir essa presença e a aprender desse modo a rezar, a falar com o Pai como filhos no Espírito Santo."

Após a catequese, o Papa convidou os jovens a "serem agentes de paz e artífices de reconciliação", seguindo o exemplo de Santo Alberto Magno, de quem hoje se celebra a memória litúrgica. Um santo _ evidenciou Bento XVI _, que "se esforçou continuamente em estabelecer a paz entre as populações de seu tempo".

O Santo Padre, como de costume, após a catequese saudou, em várias línguas, os diversos grupos de fiéis e peregrinos presentes à Praça São Pedro. Eis a sua saudação que ele dirigiu em língua portuguesa: "Aos peregrinos de língua portuguesa, especialmente aos grupos vindos de Portugal e do Brasil, uma saudação fraterna em Cristo Senhor! Por Ele, recebemos o Espírito que nos faz filhos de Deus e nos dá a ousadia e a felicidade de lhe chamar: Pai! Sobre cada um de vós, nos vários lugares e nas horas mais diversas da vida, vela um Pai. Em seu nome, a todos abençôo". RealAudioMP3 (RL)








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