Melbourne, 13 nov (RV) - Uma verdadeira epidemia de diabetes e obesidade ameaça
as populações autóctones da América do Sul e do Norte, da Ásia, da Austrália e do
Pacífico. Cientistas advertiram nesta segunda-feira, em uma conferência sobre enfermidades
dentro das populações indígenas, que se este mal não for freado, até o final do século
essas populações poderão desaparecer.
O diretor do Instituto de Diabetes, Prof.
Paul Zimmet, advertiu, na abertura de uma conferência internacional de três dias que
se realiza em Melbourne, Austrália, que "Estamos diante da maior epidemia da história
mundial".
As populações autóctones estão particularmente expostas ao risco
de diabete de tipo 2, causado, principalmente, pela obesidade, resultado da rápida
mudança nos hábitos de alimentação e de vida introduzidos pelos ocidentais. Esse tipo
de diabetes aumenta os riscos de enfermidades renais e cardíacas.
O professor
Stewart Harris, especialista canadense, informou que, com 50% da população adulta
afetada em algumas comunidades, o diabetes constitui uma ameaça grave para sua sobrevivência.
Ele explica que "a rápida transição cultural, em uma ou duas gerações, de várias populações
indígenas, para hábitos alimentares ocidentais e sedentários, levará o diabetes a
substituir as enfermidades infecciosas".
O diabetes de tipo 2 já afeta 50%
dos adultos da ilha de Nauru, no Pacífico Sul, 45% dos Sioux e dos índios Pima, nos
Estados Unidos, e 30% dos habitantes das ilhas do Estreito de Torres, no norte da
Austrália, indicou o especialista. A doença não existia nas ilhas do Pacífico antes
da II Guerra Mundial.
A conferência de três dias sobre diabete em populações
indígenas deve resultar em uma série de medidas propostas à ONU com o objetivo de
frear o avanço da doença. (JK)