2006-11-13 19:24:52

SERVIÇO DOS JESUÍTAS PARA REFUGIADOS DENUNCIA POPULAÇÃO ESQUECIDA DO SRI LANKA


Colombo, 13 nov (RV) - "A população nas zonas de guerra, em Sri Lanka, está passando fome, sendo bombardeada, enfrentando o medo, morte e desespero, mas parece que o resto do mundo se esqueceu de todos eles" _ denunciou o Jesuit Refugee Service (JRS), Serviço dos Jesuítas para os Refugiados, que pediu à comunidade internacional uma atenção aos sofrimentos das populações que vivem ao norte e ao leste do país.

O diretor do JRS no Sri Lanka, padre Vinny Joseph, ressaltou que o governo do país, as Nações Unidas e a comunidade internacional, não fazem concretamente nada para ajudar aqueles que sofrem, enquanto o País está se afundando na guerra civil.

Em Jaffna e na localidade de Vakaraj a situação é dramática. As pessoas fazem fila em frente aos supermercados, mas a falta de comida cria tensões e brigas nas ruas. Além disso, em Jaffna, acontecem a cada dia homicídios, raptos, estupros, prisões, entre outros.

Uma religiosa de Jaffna escreveu: "Perdemos a nossa liberdade. Não podemos sair, falar, trabalhar, educar as crianças. Vivemos entre tensões, medo e frustrações. A guerra, as bombas e a fome são o nosso único futuro".

Enquanto isso, nesta segunda-feira, o representante das "Nações Unidas para a infância e os conflitos armados", Allan Rock, acusou as forças de segurança do Sri Lanka de recrutar crianças para um grupo paramilitar aliado que combate os rebeldes tâmeis.

Allan Rock disse aos jornalistas que possui provas do envolvimento direto de soldados do Sri Lanka no recrutamento de crianças para um grupo paramilitar.

"As forças de segurança cingalesas _ ressaltou Rock_ fazem com que crianças sejam recrutadas pela milícia 'Karuna', ao terminar uma missão de 10 dias no Sri Lanka".

Esta é a primeira vez que as Nações Unidas lançam tal acusação contra o governo do país. Os rebeldes Tigres de Libertação da Pátria Tâmil são acusados já há tempo de recrutar crianças.

Uma organização não-governamental da cidade de Negombo, enviou hoje para o bispo de Jaffna, dom Thomas Savundaranayagam, 500 embalagens de leite em pó para as crianças da cidade.

Padre Terrence Fernando, um dos responsáveis desta ONG, ressaltou que já fazem três meses que a estrada A9 que coliga Jaffna com o resto do país, está fechada, por causa da escalada de violência entre os rebeldes tâmeis e o exército. A população sofre pela falta de comida, combustível e materiais higiênicos. (MJ)








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