EPISCOPADO ARGENTINO: LEI EDUCATIVA NÃO EXCLUA A DEUS
Buenos Aires, 13 nov (RV) - Diante das discussões do Congresso Nacional sobre
a nova lei de Educação, o episcopado argentino recordou que "uma concepção integral
da educação inclui necessariamente a dimensão transcendente do homem" e pediu que
a nova legislação não exclua a Deus.
A Conferência Episcopal Argentina se expressou
por meio de uma carta dirigida "ao povo de Deus, aos legisladores e autoridades, e
a todos os homens de boa vontade", difundida ao final da 92º Assembléia Plenária,
na cidade de Buenos Aires.
Na mensagem, os bispos recordam que "o papel principal
e subsidiário do Estado deve conjugar com o direito natural e inalienável dos pais
escolherem para os seus filhos uma educação que responda às suas próprias convicções
e crenças, sem discriminação alguma. O seu papel de sustentar o princípio de liberdade
de consciência como um direito das famílias, dos educadores e dos estudantes é irrenunciável".
Esperando
a próxima sanção da nova legislação, o episcopado recorda que "uma concepção integral
da educação incluiu necessariamente a dimensão transcendente do homem" e assinala
que as crianças e jovens argentinos merecem uma lei "que contemple em plenitude as
aspirações da pessoa, que não somente se expressam na sua dimensão social, científica
e profissional, mas também na busca de um horizonte cultural, espiritual e religioso".
A
carta assinala que "o sentimento comum da sociedade é que a escola na Argentina está
a serviço de um desenvolvimento pleno do homem como pessoa nas suas dimensões física,
intelectual e afetiva, sociocultural, espiritual e religiosa, sem deixar os aspectos
profissionais e comunitários".
Ao final da mensagem, os bispos recordam que
ao Estado corresponde "financiar, de maneira eqüitativa, tanto a educação de gestão
estatal como a gestão privada" e advertem que "a necessidade real de superar um sistema
educativo fragmentado não deve justificar uma intervenção excessiva do Estado Nacional
sobre as autonomias provinciais".
Finalmente os bispos argentinos pedem às
autoridades que intervenham na elaboração e sanção da lei e "que assumam estes princípios
e os incluam no conteúdo da mesma". (CE)