2006-11-13 17:37:22

BENTO XVI AOS BISPOS ALEMÃES: NÃO TENHAM MEDO DA SOCIEDADE SECULARIZADA


Cidade do Vaticano, 10 nov (RV) - A Igreja alemã deve tornar visível "a força e a beleza da fé católica" diante do "grande desafio apresentado pelo perdurável processo de secularização": foi a exortação que Bento XVI dirigiu, esta manhã, a um grupo de prelados alemães, recebidos no Vaticano por ocasião da sua visita 'ad limina'.

O Papa recordou as duas visitas que fez à sua pátria, em Colônia, para o Dia Mundial da Juventude, e à Baviera _ sua terra natal _, em setembro passado. Em seguida, reiterou que os cristãos, fortalecidos pela esperança do Evangelho, devem saber dialogar com os pertencentes às outras religiões, a partir dos fiéis muçulmanos.

Os cristãos não devem ter medo "de um confronto espiritual com a sociedade que, na realidade, por trás de uma aparente superioridade intelectual, esconde uma certa perplexidade diante das perguntas últimas da existência".

Bento XVI pediu aos bispos alemães que enfrentem corajosamente a "cultura dominada pela secularização" que a Alemanha partilha hoje com todo o Ocidente. Nesta cultura _ ressaltou o Pontífice _, "Deus tende a desaparecer da consciência pública", enquanto "a unicidade da imagem de Cristo desvanece e os valores formados pela tradição eclesial perdem sempre mais sua eficácia".

Portanto _ disse o Santo Padre _, para os fiéis se torna "cada vez mais difícil e aumenta a variedade de escolha nos projetos de vida e nos modos de viver". Daí, o "desânimo" e a "resignação" de muitos fiéis, que "impedem o testemunho do Evangelho de Cristo que liberta e salva".

Por outro lado _ prosseguiu _ "muitos voltam a interrogar e a olhar com esperança a mensagem cristã e esperam de nós respostas convincentes". E a Igreja tem respostas que se demonstraram válidas "nas discussões espirituais de dois milênios". A sua validade _ acrescentou _, é "duradoura" porque brota do "Evangelho do logos que se tornou homem".

Reforçados por essa consciência _ explicou o Pontífice _, os cristãos são capazes de "afrontar em diálogo quem quer que seja", quem quer que lhes interpele "sobre o motivo da esperança que está em todos nós".

"Isso vale também para as nossas relações com os pertencentes a outras religiões, sobretudo com os muitos muçulmanos que vivem na Alemanha", diante dos quais manifestamos nosso respeito e benevolência."

Os muçulmanos _ afirmou Bento XVI _, "que com tanta seriedade permanecem apegados às suas convicções e a seus ritos, têm o direito ao nosso humilde e determinado testemunho de Jesus Cristo".

O Papa reconheceu que "para dar testemunho de modo crível", é "necessário um grande compromisso". Por isso, fez votos de que "naqueles lugares onde há uma numerosa população muçulmana, se tenha à disposição interlocutores católicos com os indispensáveis conhecimentos lingüísticos e de história religiosa, que os coloquem em condições de afrontar um diálogo com os muçulmanos".

Por outro lado _ foi a sua advertência _, "é claro que um tal diálogo pressupõe, em primeiro lugar, um profundo conhecimento da própria fé católica". (RL)








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