2006-11-13 19:23:07

ARCEBISPO MARCHETTO DEFENDE MUNDIALIZAÇÃO DA SOLIDARIEDADE


Paris, 13 nov (RV) – "Mundializar a solidariedade" foi o tema do pronunciamento do Secretário do Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes, o arcebispo Agostino Marchetto, feito esta manhã em Paris, por ocasião do 50º aniversário de fundação do Banco de Desenvolvimento do Conselho da Europa.

"A globalização _ ressaltou dom Marchetto _ é caracterizada mais por fatores econômicos do que políticos, sociais ou culturais." Em tudo isso _ explicou ele _, "a dimensão humanitária é comumente esquecida e vemos emergir a disparidade econômica entre países ricos e países pobres e entre ricos e pobres dentro do mesmo país, com o fenômeno escandaloso dos novos escravos".

Existe algo, porém _ acrescentou ele _, que levanta uma verdadeira questão ética: trata-se do fenômeno migratório que parece obrigar todos à "busca de uma nova ordem econômica internacional, em vista de uma repartição mais justa dos bens da terra que contribuirá para redimensionar de modo significativo grande parte dos fluxos de populações em dificuldade".

Em geral, portanto, a chamada 'globalização' reestrutura gradualmente os modos de viver e influencia no plano dos mercados financeiros as relações entre as pessoas, a vida diária e o modo de pensar. Mas este fenômeno _ advertiu o prelado _, como todas as maiores transformações ocorridas na história do passado, deve ser orientado no sentido da humanização e não deixado à própria sorte, minimizando o seu alcance.

A este propósito, dom Marchetto citou João Paulo II que na 'Centesimus Annus' afirma: "O principal recurso do homem é o próprio homem". Portanto, eis o objetivo declarado pelo Secretário do Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes: a globalização da solidariedade.

Tal globalização significa atuar "com todas as iniciativas que defendem a dignidade humana e que são orientadas ao bem comum universal". Significa "conseguir globalizar com a economia o dever da solidariedade e criar as condições de uma verdadeira participação e de uma divisão mundial dos bens e das riquezas, materiais e espirituais".

Um ponto firme, indispensável, parece ser o da "a unidade no respeito pelas legítimas diferenças, sobretudo mediante a partilha do conhecimento que, contrariamente aos bens materiais, enriquece não somente quem o recebe, mas também que o dá" _ explicou dom Marchetto.

Por fim, o prelado indicou percursos concretos: a erradicação progressiva da pobreza no mundo; a integração dos excluídos no mercado mundial; a introdução e a promoção dos produtos dos países do terceiro mundo; o acesso de todos aos recursos do planeta no respeito pelo ambiente; o desenvolvimento dos países pobres também com o perdão da dívida externa. (RL)








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