IGREJA NO CHADE PREOCUPADA COM EXPANSÃO DA VIOLÊNCIA
Pala, 11 nov (RV) - O bispo de Pala, no Chade, África, dom Jean-Claude Bouchard,
ressaltou que a Igreja está preocupada com a expansão da violência no país. "Queremos
a paz, algo ainda muito longe de acontecer. Vamos esperar que não aconteça uma guerra
civil" _ ressaltou o prelado.
O Chade é um país com 150 etnias e algumas delas
vivem perto da fronteira com o Sudão. "Não pode acontecer no Chade como aconteceu
em Ruanda, em 1994. Aqui os grupos são tantos e pequenos. Por isso, pedimos que a
comunidade internacional e a ONU mandem soldados para cá. Mas o Sudão não é de acordo.
A situação aqui é muito complicada" _ ressaltou o bispo.
Os rebeldes querem
chegar a Ndjamena, capital do Chade, com o objetivo de tomar o poder. "Vamos esperar
que não estoure uma guerra e outro golpe de Estado _ ressaltou dom Bouchard. Por isso
é preciso tomar o caminho da paz. Muitos, porém, não estão de acordo em tomar este
caminho, querem se apegar ao poder".
Cresce também a preocupação internacional
pelo aumento das hostilidades no Chade. O "Alto Comissariado das Nações Unidas para
os Refugiados", a UNHCR, referiu que as incursões dos grupos armados contra os povoados
situados no confim com o Sudão, causaram 200 mortos e um grande número de deslocados.
O
perigo _ denuncia a UNHCR _ é que estas violências estejam ligadas a um alargamento
do conflito em Darfur, região sudanesa que desde 2003 iniciou uma tentativa de limpeza
étnica por parte do governo de Cartum. As mesmas milícias árabes, que o Sudão mantém
contra as populações animistas locais, estariam nas origens da crise no Chade e querem
desestabilizar também a República Centro-Africana. (MJ)