2006-11-11 08:46:38

O PAPA AOS BISPOS SUÍÇOS: URGE REDESCOBRIR A GENUÍNA FÉ EM DEUS


Cidade do Vaticano, 09 nov (RV) – Numa época de espantosa ignorância religiosa, torna-se urgente redescobrir a fé genuína em Deus, graças a uma renovada pastoral dos sacramentos, da catequese e da liturgia. Foi o que disse o papa aos bispos suíços que na tarde de hoje concluem a visita 'ad limina'.

A "fé em Deus" deve ser redescoberta através de uma catequese que ajude a transmitir novamente "os conteúdos centrais do Credo", numa época em que a ignorância religiosa alcançou níveis alarmantes. Bento XVI reiterou aos bispos da Suíça a urgência pastoral de conferir novamente o justo papel, na forma e na substância, aos sacramentos, à liturgia, ao momento da homilia da Missa, à formação da comunidade eclesial.

A fronteira da evangelização neste início de século é a mesma pela qual se dedicaram os Apóstolos da primeira hora da Igreja, ou seja, a difusão da fé. Aquilo que poderia parecer um paradoxo após dois mil anos de história do Evangelho, foi colocado por Bento XVI entre os pontos centrais da reflexão dirigida aos bispos helvécios.

No discurso pronunciado em alemão e de improviso terça-feira passada _ cuja tradução foi publicada hoje _, o Papa afirmou com clareza que, "talvez até duas gerações atrás", a fé "podia ser pressuposta de modo bastante natural: crescia-se nela; de certo modo ela era uma dimensão evidente da vida e não precisava ser buscada de modo natural". A secularização _ observou ele _ inverteu as coisas: hoje "parece o contrário, isto é, que no fundo não é possível crer, que de fato Deus está ausente".

Os cristãos não são imunes às derivas desse contexto cultural. Privilegia-se o "fazer", o compromisso, como se _ disse o Santo Padre _ a fé fosse justificada pelas obras. Ao invés, repetiu o Pontífice, a fé "é, sobretudo, fé em Deus", fé em Cristo, o cristão tem fé porque olha para eles, não para as coisas.

Esta "centralidade _ prosseguiu Bento XVI _ deve se mostrar de modo completamente novo em todo o nosso pensar e agir". Se a fé é "a alma de tudo", então é aquela que "anima as atividades" e as preserva do "puro ativismo".

Ademais _ explicou o Papa de modo incisivo _, a fé não é algo que "nós mesmos podemos inventar", compondo-a "com partes 'sustentáveis'". A fé é assim porque "acreditamos com a Igreja". A fé é aquilo que torna "presente" o "passado das palavras da Escritura", que "deixa entrar no tempo" a eternidade de Deus.

É esta a "forma de fé" que "devemos tentar colocar no centro de nossas atividades" _ exortou o Pontífice. Assim exortando, o papa colocou a "necessidade" de se ter "boas Faculdades teológicas", capazes de "formar para uma fé inteligente, ou seja, uma fé se torne inteligência e uma inteligência que se torne fé". (RL)








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